Martin Shkreli ofereceu dinheiro por mecha de cabelo de Clinton. Volta à prisão

O empresário norte-americano tinha sido condenado por três crimes de fraude em Agosto e esperava a sentença em liberdade. No entanto, algumas publicações no Facebook fizeram com que o juiz revogasse a fiança e ordenasse a sua detenção.

Foto
Martin Shkreli é conhecido pelo seu tom provocatório Reuters/Carlo Allegri

O empresário norte-americano Martin Shkreli, antigo gestor de fundos de investimentos e fundador da farmacêutica Turing Pharmaceuticals, foi condenado em Agosto por três crimes de fraude. A pena pode ascender a mais de 20 anos de prisão. A aguardar em liberdade a decisão final do tribunal, escreveu algumas publicações no Facebook, entre as quais uma dirigida a Hillary Clinton, que levaram o juiz a revogar-lhe a fiança de cinco milhões de dólares que lhe tinha sido concedida e a fazê-lo regressar à prisão.

Martin Shkreli foi dado como culpado, no início de Agosto, de três dos oito crimes de que estava acusado – fraude financeira, conspiração para cometer fraude financeira e conspiração para realizar transferências fraudulentas. Com 34 anos, chegou a ser considerado o “homem mais odiado da América”. Foi detido em Dezembro de 2015 e saltou para as capas dos jornais por causa da decisão de aumentar, da noite para o dia e sem aviso, o preço de um medicamento para a toxoplasmose, o Daraprim. Cada um desses comprimidos vendidos pela Turing, que custavam 13,5 dólares, passaram a custar 750 dólares.

No processo em que foi julgado, foi acusado de se ter apropriado ilegalmente de acções da empresa de biotecnologia Retrophin, que fundou em 2011, usando-as para pagar dívidas de outros negócios, quando também geria o fundo de investimento MSMB Capital Management, que perdeu milhões de dólares. No entanto, o empresário foi agora ilibado desta última acusação.

Durante este período que se seguiu à condenação, o comportamento do empresário nas redes sociais, que é também conhecido pelo seu tom provocatório, fez com que um juiz cancelasse a fiança que lhe tinha sido atribuída ordenando a sua detenção imediata. Para além de ter assediado mulheres na internet, Shkreli ofereceu aos seus seguidores no Facebook cinco mil dólares para aquele que roubasse um mecha de cabelo a Hillary Clinton durante a digressão de apresentação do livro da antiga candidata presidencial norte-americana.

Segundo o Washington Post, o empresário pediu desculpa pela publicação, argumentando que não esperava que alguém levasse a sério os seus comentários nas redes sociais. A sua equipa de advogados pediu ao juiz federal responsável pela decisão que lhe fosse concedida uma nova oportunidade. Mas nada disso lhe valeu, e o juiz Kiyo Matsumoto aargumentou que este comportamento comprova que Shkreli continua a ser um perigo para a sociedade. “O facto de ele permanecer inconsciente da inadequação das suas acções e palavras demonstra para mim que ele pode estar a criar um risco para a comunidade”, cita o Post. “Isto é uma solicitação de agressão”.

Sugerir correcção
Comentar