BEI e Plano Juncker apoiam investimento de 420 milhões no sector das águas

Contrato relativo à primeira tranche foi assinado em Lisboa e irá apoiar a construção e renovação de infra-estruturas da água e saneamento, prevendo-se que crie 7400 postos de trabalho.

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O investimento vai permitir a construção de novas estações de tratamento de águas residuais evr enric vives-rubio

O Banco Europeu de Investimento (BEI) aprovou a concessão de um empréstimo no valor de 420 milhões de euros à Águas de Portugal (AdP) e às suas empresas participadas, para financiar investimentos em infra-estruturas de água e saneamento com vista a aumentar a qualidade e a cobertura do serviço em Portugal. A operação conta com a garantia do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE), elemento central do Plano de Investimento para a Europa, mais conhecido como Plano Juncker.

Há três números a reter sobre este investimento: prevê-se que venham a ser feitas mais de mil intervenções nas redes de abastecimento de água do país nos próximos quatro anos, as quais poderão criar mais de 7400 postos de trabalho e beneficiar cerca de oito milhões de consumidores com as melhorias efectuadas. E um facto que não é de somenos: a maioria dos investimentos serão realizados em regiões mais desfavorecidas, ditas de convergência, de Portugal continental.

As intervenções programadas têm como objectivo aumentar a qualidade e a cobertura do serviço no país, mas irão também aumentar o volume de águas residuais tratadas de acordo com melhores padrões de qualidade, ao promover a construção de novas estações de recolha e tratamento.

O contrato relativo à primeira tranche de 220 milhões de euros foi assinado esta terça-feira em Lisboa por Román Escolano, vice-presidente do BEI, e por João Nuno Mendes, presidente do conselho de administração da AdP. Na ociasião, João Nuno Mendes salientou a importância deste contrato: “Este financiamento permitirá a implementação do Plano de Investimento em Infra-estruturas da AdP, melhorando a cobertura, o serviço e a resiliência dos sistemas de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais em Portugal”.

Román Escolano, vice-presidente do BEI, realçou que “o impacto positivo do financiamento do BEI não se limita ao plano económico e social, mas também se reflecte a nível ambiental: promover uma utilização mais eficiente dos recursos hídricos contribui fortemente para a acção climática, que constitui uma prioridade para o Banco da UE”

O restante financiamento de 200 milhões poderá ser facultado através de uma estrutura alternativa, sem recurso ao grupo AdP. “Esta tranche, cujos termos finais estão ainda por definir, poderá ser um instrumento inovador de financiamento para os municípios, que não estava disponível até à data”, lê-se no comunicado da representação da Comissão Europeia em Portugal.

“Graças ao apoio do Plano Juncker, o BEI pode disponibilizar à AdP o financiamento necessário, em condições vantajosas, tanto no que diz respeito à duração do empréstimo como às respectivas taxas de juro”, lê-se no comunicado.

Por outro lado, acrescenta-se que, “ao apoiar este financiamento do BEI, o Plano de Investimento para a Europa contribui também para assegurar o cumprimento de legislação europeia importante no sector da água por parte de Portugal”, pois ajudará o país a aplicar e acelerar a reforma em curso ao abrigo do Pensaar 2020 (Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais 2020).

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