Furacão Irma: Director de redes sociais de Trump publica vídeo falso de aeroporto de Miami
“Este vídeo não é do Aeroporto Internacional de Miami”, afirmaram os responsáveis do aeródromo.
O director de redes sociais do Presidente dos Estados Unidos publicou, no domingo, no Twitter, um vídeo falso do Aeroporto Internacional de Miami, supostamente inundado pelo impacto do furacão Irma, o que foi desmentido pelas autoridades aeroportuárias.
“Assim está o Aeroporto Internacional de Miami! Tenham cuidado!”, escreveu Dan Scavino, numa mensagem que acompanhava um vídeo que aparentemente mostrava o aeródromo inundado como consequência do furacão Irma, que tocou terra no domingo em Cayos, no estado norte-americano da Florida.
“Este vídeo não é do Aeroporto Internacional de Miami”, afirmaram os responsáveis do aeródromo, também através da rede de mensagens instantâneas Twitter.
O funcionário da Casa Branca chegou a partilhar as imagens com Donald Trump e com o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, até ser desmentido pelas autoridades do Aeroporto Internacional de Miami (MIA) que negaram tratar-se de imagens daquele que é o principal aeroporto da Florida.
Dan Scavino acabou por admitir o erro e apagou o tweet em causa. “Estava entre as centenas de vídeos e fotografias que estou a receber” do furacão, justificou o director de redes sociais de Trump, agradecendo ao MIA pela advertência.
“Obrigado, Dan”, respondeu o MIA a Scavino, um assessor da confiança do Presidente norte-americano que trabalhou como director do clube de golfe Westchester, de Trump, em Nova Iorque, antes de integrar a equipa de campanha eleitoral do magnata em 2016.
O Aeroporto Internacional de Miami vai continuar encerrado hoje devido aos danos causados pelo furacão Irma, informou no domingo o seu diretor, Emilio T. González.
O aeroporto, que fechou ao final do dia de sexta-feira por precaução para aguentar a chegada do Irma, sofreu “danos significativos” devido à agua, indicou González na sua conta na rede Twitter.
Espera-se que o MIA retome a actividade, ainda que com ligações aéreas limitadas, na terça-feira, depois de centenas de voos terem sido cancelados durante o fim-de-semana.
O Irma tocou terra na madrugada de domingo em Cayos, onde chegou com força de categoria 4 – na escala Saffir-Simpson de 5 – e ventos máximos sustentados de 215 quilómetros por hora, voltando de seguida a terra, mais enfraquecido, em Marco Island, na costa oeste da península.
O Irma foi perdendo força à medida que se movimenta rumo a norte e baixou entretanto para categoria 1, após descarregar a sua maior potência destrutiva na costa Oeste da Florida, onde provocou graves inundações.
Apesar de ter enfraquecido, o Irma deixou à sua passagem uma “crise humanitária” em Cayos, devastação e ainda a ameaça de ocorrência de ondas perigosas.
Segundo o mais recente balanço oficial, o Irma provocou três mortes na Flórida, mas teme-se que o número de vítimas aumente à medida que as condições meteorológicas forem permitindo maior acesso por parte das equipas de salvamento e resgate.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que assinou, no domingo, uma declaração de “grande desastre” na Florida, anunciou que vai visitar aquele estado “muito em breve” e manifestou-se satisfeito com a resposta dada ao furacão Irma.
Antes de chegar à Florida, com categoria 5, o furacão Irma causou cerca de 30 vítimas mortais e significativos danos materiais à sua passagem pelas Caraíbas.
As autoridades da Florida ordenaram a retirada de 6,3 milhões de pessoas face à chegada do furacão e, além do êxodo em massa de residentes que abandonaram o estado, milhares procuraram refúgio nos abrigos habilitados para o efeito.