Encontros da Imagem sem tema genérico
O festival começa a 15 de Setembro com 49 exposições de 55 autores, em 19 espaços de Braga, Barcelos, Famalicão, Guimarães e Porto.
O festival Encontros da Imagem, que decorre de 15 de Setembro a 29 de Outubro, conta com 49 exposições de fotografia e imagem, alusivas a temas díspares, e, apesar de concentrar a maioria das actividades em Braga, estende-se a outras cidades do norte, mesmo sem o financiamento de 43 mil euros habitualmente garantido pela Direcção-Geral das Artes.
Os Encontros da Imagem completam três décadas de promoção da fotografia enquanto arte com um programa mais alargado face ao ano transacto — 49 exposições de 55 autores, em 19 espaços —, que se vai desenrolar não só em Braga, mas também em Barcelos, em Famalicão, em Guimarães e no Porto, apesar de ter sido gizado em menos tempo do que o habitual e com menos dinheiro, após a Encontros da Imagem – Associação Cultural ter falhado o prazo legal de 28 de Dezembro de 2016 para se candidatar ao financiamento de 43 mil euros da Direcção-Geral das Artes, a maior fatia do orçamento nos anos anteriores.
A associação falhou a candidatura durante um processo conturbado que se estendeu de 15 de Dezembro, com a derrota da lista de Ângela Ferreira, directora artística dos Encontros da Imagem entre 2013 e 2016, nas eleições com a lista de Carlos Fontes, um dos fundadores do festival, a par de Rui Prata (responsável de 1987 a 2012), a 11 de Abril, com o terceiro ato eleitoral nesse período. Sob a nova liderança, de Manuel Santos (presidente) e Carlos Fontes (vice-presidente), o tempo e os meios de preparação para a 27.ª edição foram menores, apesar do financiamento da Câmara Municipal de Braga ter aumentado dos 19 para os 30 mil euros, e de para além de ter cedido alguns dos espaços de exposição e garantido alguns serviços, sem os quais “não seria viável a realização dos encontros”, assumiu Carlos Fontes, durante a apresentação dos 30 anos dos Encontros, nesta quinta-feira.
O outro responsável da associação, Manuel Santos, admitiu que a falta de tempo impediu a escolha de um tema e uma “selecção de autores que pudessem dar corpo a esse tema”. O programa é diverso, com temas tão díspares como o retrato das ideias pré-concebidas de casamento com “variações absurdas” (Till death do us part, de John Paul Evans, no Edifício do Castelo), a criação de novos lugares a partir de geografias distantes (Laking and seaing, de Daniel Moreira e Rita Castro Neves, no Museu da Imagem), o retrato das tensões provocadas pela guerra (The frontline relies on you, Franky Verdickt, no Museu D. Diogo de Sousa) e a obsessão com a estética na sociedade sul-coreana (Live Your Dream, de Eui-Jip Hwang, na Estação de Caminhos de Ferro).
O Mosteiro de Tibães, outro dos 11 espaços de Braga, vai acolher 10 exposições de 10 fotógrafos portugueses, com a intenção de, referiu Carlos Fontes, de enfatizar o que melhor se tem feito no país. O responsável destacou ainda a presença nas outras cidades do Quadrilátero Urbano e também no Porto, cidade com “escolas dedicadas à fotografia”, ao contrário de Braga, que vai acolher no Mira Fórum uma exposição de vários fotógrafos que compara os retratos da Grande Depressão dos anos 30 à América de hoje, liderada por Donald Trump.
A direcção dos Encontros da Imagem adiantou que existe um “projecto com a autarquia” para a associação ter uma galeria na estação ferroviária “funcionar com uma programação durante todo o ano”. Carlos Fontes referiu, aliás, que a primeira tentativa vai ocorrer no final desta edição, a 29 de Outubro, quando for inaugurada as exposições da “lomowalk” – fotografias a partir de câmaras “lomo” – e “instameet” – fotografias colocadas na rede social Instagram.