Governo reuniu-se com a Volkswagen por causa da Autoeuropa
Ministro da Economia esteve com o presidente da Volkswagen em Milão. Caldeira Cabral mostra-se convicto de que o grupo vai continuar a apostar na fábrica portuguesa.
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, disse neste domingo à Lusa que o Governo tem “estado em contacto” com as duas partes no impasse que vigora na Autoeuropa, informando ter-se também reunido com o presidente executivo (CEO) da Volkswagen.
Em declarações à margem de uma visita a Vila Nova de Gaia para assistir a último dia da prova de acrobacia de aviões Red Bull Air Race, a decorrer num circuito desenhado no rio Douro, o governante negou que da parte da tutela esteja a haver um silêncio estratégico.
“O Governo tem estado atento e em contacto com as duas partes. Estive em Milão com o CEO da Volkswagen para lhe transmitir que este é um investimento muito importante e no qual o país está empenhado”, disse. Neste cenário, Manuel Caldeira Cabral defendeu que se deve tentar "conseguir encontrar uma posição comum entre a administração da empresa e os interesses da administração e as reivindicações naturais dos trabalhadores”.
“Penso que é nesse sentido que a administração está a trabalhar, com sentido de responsabilidade, a mesma com que os trabalhadores estão a tentar encontrar uma plataforma de entendimento para que haja paz social”, acrescentou. No seu entender, essa paz social “tem sido uma marca desta empresa e uma marca que reforçou muito a atracção deste investimento”. Por isso, mostrou-se “certo de que em investimentos futuros a Volkswagen vai continuar a apostar nesta fábrica”.
Mantendo o optimismo em relação ao diferendo na fábrica de produção de automóveis de Palmela (distrito de Setúbal), o ministro reafirmou que “vai ser possível encontrar uma solução”.
Os trabalhadores da Autoeuropa cumpriram na quarta-feira um dia de greve, a primeira paralisação por razões laborais na fábrica de automóveis do grupo Volkswagen. A greve foi marcada após a rejeição de um pré-acordo entre a administração e a Comissão de Trabalhadores (que apresentou a demissão e convocou eleições para 3 de Outubro), devido à obrigatoriedade de os funcionários trabalharem ao sábado, como está previsto nos novos horários de laboração contínua que serão implementados a partir do próximo mês de Novembro.