Jovem de 20 anos é a segunda vítima portuguesa confirmada em Barcelona
Estava no local do ataque com a avó, de 74 anos, cuja morte já tinha sido confirmada. Marcelo condena atentado "ignóbil". Autoridades procuram novo suspeito.
O primeiro-ministro português, António Costa, confirmou na manhã deste sábado a morte de uma portuguesa de 20 anos no atentado de quinta-feira em Barcelona. A vítima estava dada como desaparecida; a sua avó, de 74 anos, morreu também no atentado, que matou 14 pessoas e fez 130 feridos.
Avó e neta tinham acabado de chegar a Barcelona para umas férias, na quinta-feira, e tinham decidido dar um passeio nas Ramblas, uma das avenidas mais populares entre turistas e locais.
"Chegaram, instalaram-se contactaram com a família e foram dar um pequeno passeio. E foram colhidas neste incidente trágico", disse em Barcelona o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, citado pela Lusa.
Em Lisboa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu a notícia da morte de uma segunda cidadã portuguesa com "profundo pesar".
“Foi com profundo pesar que tomei conhecimento da confirmação da segunda vítima mortal portuguesa no ignóbil atentado de Barcelona. Renovo as minhas sentidas condolências à família tão duramente atingida, em meu nome próprio e da Nação portuguesa”, lê-se numa mensagem do chefe de Estado divulgada no site da Presidência da República.
Novo suspeito
Entretanto, a polícia da Catalunha procura agora o principal suspeito do atentado, que terá sido o condutor da carrinha usada no atentado nas Ramblas, identificando Younes Abouyaaqoub, 22 anos, nascido em Marrocos. Na véspera, a polícia pensava que o condutor da carrinha poderia ter sido um dos cinco atacantes de Cambrils, a cerca de 120 quilómetros, que foram mortos pela polícia depois de tentarem atroplear pessoas (e deixarem seis feridos, um dos quais, uma mulher, morreu no hospital). Tinha identificado o suspeito como Moussa Oukabir, 17 anos. Mas o chefe da polícia, Josep Luís Trapero, esclareceu numa entrevista que a possibilidade de o condutor da carrinha se ter juntado ao grupo de Cambrils está praticamente descartada.
O atentado, reinvincado pelo Daesh (que fez a reivindicação de Barcelona no próprio dia, mas só este sábado a de Cambris), teve um planeamento complexo e para além dos dois ataques na quinta-feira, uma explosão na véspera, em Alcanar, também estava ligada ao plano: ter-se-ia tratado de uma tentativa de usar botijas de gás como bomba para pôr nos veículos. Duas pessoas morreram nessa explosão, e um ferido que está a recuperar é de momento uma fonte essencial na investigação, diz o joenal El País.
Depois de falhada a hipótese de usar as botijas de gás como explosivos (e também a tentativa de alugar um grande camião), os atacantes decidiram usar apenas os veículos como arma.
A polícia catalã avisou entretanto que levaria a cabo explosões controladas em Alcanar durante a manhã deste sábado.
Segundo disseram fontes policiais ao diário El País, antes a polícia levou a cabo buscas na casa de um imã, procurando amostras de ADN que permitissem verificar se este teria morrido na explosão de Alcanar.
O suspeito em fuga agora identificado morava na cidade de Ripoll, a norte de Barcelona, onde a polícia deteve na sequência do ataque três pessoas. Um quarto suspeito foi detido em Alcanar.
As autoridades falam de uma célula de 12 pessoas, e acrescentam que nenhuma estava sinalizada por extremismo.
Já na véspera havia dúvidas sobre um incidente não explicado, em que uma pessoa morreu num carro que não terá parado num controlo da polícia na Avenida Diagonal. O carro apareceu mais tarde, com um ocupante morto por esfaqueamento. A dada altura, pôs-se a hipótese de este veículo ter sido usado pelo condutor da carrinha para fugir.