Incêndios: chamas consumiram 40% do território de Vila de Rei em seis horas

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Com cerca de 190 quilómetros quadrados e uma extensa mancha florestal, o cenário vivido em Vila de Rei, "durante a tarde de ontem (domingo) e a madrugada de hoje, foi muito complicado", disse o autarca LUSA/PAULO CUNHA

Cerca de 40% do território de Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, foi consumido pelas chamas em apenas seis horas, disse à Lusa o presidente da câmara municipal sobre o incêndio que deflagrou no domingo à noite. "Em apenas seis horas, entre 35 e 40% do nosso território foi consumido pelas chamas" contabilizou Ricardo Aires.

O incêndio surgiu na sequência de uma projecção de fogo proveniente do concelho vizinho de Ferreira do Zêzere, no distrito de Santarém, que ao início da tarde mantinha uma frente activa, mas "em vias" de resolução.

"A situação acalmou, mas mantém-se uma frente activa perto da sede do concelho", adiantou o autarca, lembrando que "a projecção que deu início a este incêndio decorreu com a grande maioria dos meios posicionados em Ferreira do Zêzere", no combate ao incêndio que ali lavrava também com muita intensidade, "sendo que em Vila de Rei o apoio foi o possível, com muita ajuda da Protecção Civil, dos bombeiros, moradores e dos diversos serviços da autarquia", entre outros.

Com cerca de 190 quilómetros quadrados e uma extensa mancha florestal, o cenário vivido em Vila de Rei, "durante a tarde de ontem (domingo) e a madrugada de hoje foi muito complicado", disse o autarca.

Segundo Ricardo Aires, "mais de uma centena de pessoas foram deslocadas das suas habitações, aldeias evacuadas, barracões, palheiros, casas de segunda habitação e também uma de primeira habitação arderam", destacando que "não houve feridos" e o "importante apoio" dos meios espanhóis no terreno. "O Exército espanhol presente em Vila de Rei salvou o ponto de captação de água que abastece o concelho. Estou grato porque, se não fossem eles, Vila de Rei estaria hoje sem água", sublinhou.

O incêndio de Vila de Rei obrigou à deslocação de 112 habitantes cujas casas estavam ameaçadas pelo fogo, informou nesta segunda-feira a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). Algumas pessoas já terão regressado a casa, segundo a adjunta nacional de operações da ANPC, Patrícia Gaspar, mas "a globalidade ainda não", até pela necessidade de garantir condições de segurança para esse regresso.

Ainda no domingo, às 19h30, foi activado o Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil de Vila de Rei. Às 15h, a combater este incêndio no terreno estavam 493 operacionais apoiados por 145 viaturas e nove meios aéreos. Por essa hora, as ocorrências mais significativas do ponto de vista do combate são os incêndios que lavram em Abrantes e Ferreira do Zêzere, ambos no distrito de Santarém, e em Vila de Rei, Castelo Branco.