Disputa entre enfermeiros especialistas e tutela deve terminar na próxima semana
Em cima da mesa está a revisão da carreira de enfermagem com a criação da categoria de especialista e respectiva actualização salarial.
Os enfermeiros de saúde materna e obstétrica que reivindicam o estatuto de especialistas voltaram a reunir-se com a tutela. E dizem que se deram “bons passos” para terminar com um processo negocial que, ao que tudo indica, termina na próxima semana.
Depois da reunião desta terça-feira entre sindicatos dos enfermeiros e a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), representantes do movimento de enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica, que participam nestas reuniões na qualidade de observadores, acreditam que o encontro da próxima semana, agendado para dia 16, “possa dar como encerrado um processo negocial” que começou há mais de um mês, adiantou Bruno Reis, porta-voz do movimento.
Os representantes do movimento, que vai emitir ainda hoje um comunicado, estão convictos que do próximo encontro com a tutela sairá um acordo “para um contrato colectivo de trabalho igual a todos os enfermeiros” e o reconhecimento de mais categorias na enfermagem, entre as quais a de enfermeiro especialista, “com a respectiva actualização da tabela salarial”.
O protesto dos enfermeiros de saúde materna e obstétrica começou em Junho e escalou para uma greve de zelo no mês seguinte, afectando a maioria dos serviços materno-infantis do país. De 3 a 24 de Julho, estes especialistas prestaram apenas cuidados gerais de enfermagem. Queriam garantias do Governo de que seriam negociados salários compatíveis com as funções de especialistas.
Desde então a Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros, do qual faz parte o movimento de especialistas em saúde materna e obstétrica, tem reunido com representantes da ACSS.
O movimento exige que “se faça justiça e que se reconheça a existência de uma renumeração adequada para os especialistas”.
Ainda antes do protesto, o Ministério da Saúde tinha avisado os enfermeiros de que a paragem dos blocos de parto era “ilegal”. E a Procuradoria-Geral da Republica deu-lhe razão.