Ministro da Saúde garante que doentes que precisam têm tratamento para hepatite C

Adalberto Campos Fernandes apela a bastonário para denunciar casos de falta de acesso.

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A garantia do ministro surgiu a propósito da afirmação da Ordem dos Médicos, segundo a qual há várias centenas de doentes em Portugal ainda sem acesso aos tratamentos Fernando Veludo

O ministro da Saúde garantiu hoje que todos os doentes que precisam estão a receber o tratamento para hepatite C, desafiando o bastonário dos Médicos a denunciar junto do Infarmed os casos que conheça de falta de acesso.

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas no final da apresentação do relatório sobre o ponto de situação das hepatites virais em 2016 e 2017, que decorreu nesta sexta-feira, Dia Mundial Contra as Hepatites.

A garantia do ministro surgiu a propósito da afirmação da Ordem dos Médicos, segundo a qual há várias centenas de doentes em Portugal ainda sem acesso aos tratamentos para a hepatite C, já propostos pelos médicos mas que aguardam autorização superior.

“Salientamos que continuam a existir a nível nacional várias centenas de doentes cujos tratamentos propostos pelos respectivos médicos continuam a aguardar a necessária autorização da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), sem a qual os doentes não podem ser tratados”, refere o bastonário da Ordem, Miguel Guimarães, numa nota divulgada de manhã.

A Ordem dos Médicos alerta ainda para o facto de a negociação feita com a indústria farmacêutica ter “aparentemente esquecido” os doentes com genótipo 2, uma das variações do vírus da hepatite C.

Apesar de ser um subtipo minoritário, a Ordem considera que “os seus portadores não podem ter menos direitos ao tratamento adequado”, sublinhando que isso coloca “problemas de índole ética e legal insustentáveis” e que “podem ter graves repercussões” sobre a saúde desses doentes.

Adalberto Campos Fernandes garantiu que o acesso ao tratamento existe e o Ministério da Saúde esclareceu que esta questão está relacionada com alguns doentes (do genótipo 2) que, além do fármaco financiado na totalidade, precisam de um outro medicamentos que é financiado para o genótipo 3.

Segundo o Ministério da Saúde, são menos de 50 os doentes nesta situação e os fármacos em questão “têm sido todos autorizados”.