EUA: Forças Armadas gastam cinco vezes mais em Viagra do que com militares transgénero
Trump apontou os custos dos cuidados de saúde com militares transgénero para a decisão de não os aceitar nas Forças Armadas. Mas dados da Rand Corporation e do Military Times mostram que há outras despesas muito mais avultadas.
O Pentágono gasta cinco vezes mais em Viagra do que se gastaria nos cuidados médicos com transgénero, diz um estudo citado pelo Washington Post e que desmente o Presidente dos EUA que, na série de tweets em que anunciou que as pessoas transgénero estão proibidas de se candidatarem ou permanecerem nas Forças Armadas, deu como um dos argumentos são os "tremendos custos" de saúde.
Num dos três tweets que Donald Trump publicou na manhã de quarta-feira sobre o assunto, o Presidente fala nos custos que os trangénero implicam, para defender que as Forças Armadas não podem ser sobrecarregadas com a presença destes cidadãos e que estas devem estar é concentradas nas vitórias.
O Post cita um estudo de 2016 da Rand Corporation, encomendado pelo Pentágono, que diz que os custos médicos com militares transgénero no activo (e não na reserva, aposentados ou familiares transgénero abrangidos pelos serviços de saúde militar) oscilariam entre os dois e os sete milhões de euros, enquanto as estimativas de gastos em tratamentos para a disfunção eréctil rondariam, segundo uma análise do Military Times, os 71 milhões de euros. Só em Viagra, as Forças Armadas gastariam 35 milhões de euros. Os dados referem-se a medicamentos receitados para tropas no activo, familiares abrangidos pelo sistema de saúde e militares reformados.
Já em 2015, o Military Times dava conta que o sistema de saúde militar tinha registo mais de um milhão de receitas para medicamentos para a disfunção eréctil ao longo dos quatro anos anteriores, e que equivaliam a gastos de 250 milhões de euros. Dados que ajudam a colocar em perspectiva (e em causa) o argumento económico de Trump para o afastamento dos militares transgénero.