Passos Coelho: “Caramba! Quando é preciso tomar decisões não é para todos”
No Chão da Lagoa, o líder do PSD falou das “cigarras” que andam na política nacional, que muito falam mas nada decidem.
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou este domingo no Funchal que o país precisa deste partido, acusando o Governo de António Costa de não fazer as reformas necessárias para assegurar o crescimento sustentado de Portugal.
O país, admitiu, está a crescer, mas à custa das reformas efectuadas no passado. E são essas reformas que devem continuar, para que a economia portuguesa possa continuar a crescer nos próximos anos.
“Existem tantas cigarras na política portuguesa, tanta gente que só sabe falar. Mas caramba! Quando é preciso tomar decisões, não é para todos, não tem sido para todos. O PSD é que as tem tomado”, disse Passos Coelho, acrescentando: “Nós fazemos falta a este país”.
No palco do Chão da Lagoa, na festa anual do PSD-Madeira, e perante 23 mil pessoas – contas da organização -, o presidente nacional do partido criticou o Governo por só saber viver de “boas notícias” e de nunca assumir responsabilidades, quando as coisas correm mal. “Ou atira as culpas para o passado, ou culpa o líder da oposição ou de quem está a passar pelo caminho”, continuou, dizendo que mesmo nas questões em que existe intervenção directa do actual executivo, nada é feito para resolver.
“O Governo não sabe sequer resolver os problemas que ele próprio cria”, disse, exemplificando com o Banif, lembrando que Costa disse, esta semana também no Funchal, que as pessoas foram enganadas por um sistema que as aldrabou. “Pergunto eu, quem é que criou a resolução do Banif? Não foi o Dr. António Costa?”
Numa intervenção já a pensar nas autárquicas, e depois de percorrer durante quase quatro horas as barracas de comida e bebida representativas das 54 freguesias do arquipélago, Passos Coelho ‘fez-se’ madeirense fazendo coro das críticas que, momentos antes, o líder do PSD-Madeira, Miguel Albuquerque, tinha enviado para Lisboa.
O financiamento do novo hospital e o facto da região continuar a pagar juros mais altos ao Estado, do que aqueles que o próprio Estado paga pelos empréstimos internacionais, foram dois exemplos de um Governo “que não é amigo dos madeirenses”.
Fosse Passos primeiro-ministro, e os juros que a Madeira paga já estavam indexados aos da República. “O Governo está mais preocupado em ajudar os bancos do que a Madeira”, concluiu.