PSD e CDS atiram ao primeiro-ministro "das boas notícias"
Bancadas da oposição vão aproveitar para insistir no colapso dos serviços públicos que dizem ser visível em Pedrógão Grande e Tancos. O alvo, mais do que os ministros, passou a ser Costa.
O alvo primordial do PSD e do CDS será o primeiro-ministro, mas os temas, claro, vão levar a outros ministros do Governo: a oposição vai atacar a degradação dos serviços públicos e o exercício da autoridade do Estado com enfoque na protecção civil e na defesa. Como pano de fundo estão as cativações, ou seja, os cortes nos ministérios que a direita vê como falta de transparência nas contas do Estado. <_u13a_p>
Num momento difícil que o Governo atravessa, o PSD deverá retomar uma das ideias das últimas semanas: António Costa é um primeiro-ministro que só gosta de dar boas notícias. "Essa máscara caiu e não há propaganda que a possa recuperar", diz Maria Luís Albuquerque, num texto que assina numa newsletter do partido.
Na voz de Passos Coelho e do líder parlamentar Luís Montenegro, a linha de argumentação do PSD passará sobretudo por salientar os custos para os portugueses da conquista da meta do défice numa política orçamental que foi executada com um “plano B”. E os custos são, como já lhe chamou o PSD, uma “austeridade manhosa” porque não assumida e que se reflecte na saúde (lista de esperas nos hospitais, no aumento das dívidas aos fornecedores), nas escolas encerradas e na degradação da oferta de transportes. A esta cartilha - que já vinha sendo sublinhada pelo PSD – acresce a fragilidade demonstrada por outros serviços por causa dos dois acontecimentos das últimas semanas: o incêndio de Pedrógão Grande e o furto de armamento em Tancos. Os dois casos devem levar a que se apontem as fragilidades dos ministros da Administração Interna e da Defesa – e a “descoordenação” do Governo - mas não chegará para o PSD pedir a sua demissão. Esse gesto tem vindo a ser repetido pelo CDS que deixou transpirar um possível anúncio de uma moção de censura ao Governo. <_u13a_p>
Para já, o que assume Nuno Magalhães, líder da bancada do CDS, é a censura à forma como o Governo exerceu a autoridade do Estado, como garantiu a segurança e como falhou a transparência nas contas ao esconder onde foram feitas as cativações orçamentais. “O CDS não deixará de confrontar o Governo com aquilo que é falta de transparência das contas do Estado e a necessidade de reestabelecer a confiança e credibilidade das forças de segurança e das Forças Armadas que têm sido afectadas nos últimos tempos”, afirmou ao PÚBLICO o líder da bancada centrista.
Os efeitos dos cortes na saúde e na educação não deverão ser esquecidos num Governo que consideram “desorientado”. Já as exonerações dos três secretários de Estado por causa das viagens ao Europeu de futebol a convite da Galp podem atingir os governantes, mas de raspão. A saída já é certa. <_u13a_p>