A ajuda às vítimas do incêndio que deflagrou no concelho de Pedrógão, no passado dia 17, e que provocou 64 mortos e prejuízos na ordem dos 500 milhões de euros, já está a chegar ao terreno. Esta terça-feira o Governo lançou um site (www.fundorevita.pt) para agregar toda a informação relativa ao fundo de apoio à revitalização das áreas afectadas.

Além de Pedrogão Grande, o fogo deixou vastas áreas ardidas em Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, num total de cerca de 46 mil hectares. As campanhas solidárias que se seguiram traduziram-se na recolha de perto de 15 milhões de euros, além de inúmeros bens em géneros.

A este esforço nacional soma-se ainda o apoio financeiro de várias entidades internacionais, sendo que a gestão destes donativos, bem como a sua afectação às vítimas, será da responsabilidade de Rui Fiolhais, presidente do Instituto de Segurança Social, com a colaboração de um representante das autarquias dos concelhos afectados, Fernando José Pires Lopes, e das instituições particulares de solidariedade social e associações humanitárias de bombeiros, Joaquim Guardado.

Numa primeira fase, explica o ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social numa nota às redacções, o site dará a conhecer as finalidades do fundo, servir de canal de entrada a novos contributos e agregar toda a legislação que lhe é referente. Posteriormente, serão divulgados os relatórios de gestão do fundo, bem como a lista de todas as entidades aderentes. Recorde-se que, além deste fundo, houve donativos que foram directamente encaminhados para a União das Misericórdias Portuguesas e para a Cáritas, entidades com as quais o Governo deverá agora estabelecer acordos de colaboração.

O atendimento às pessoas afectadas pelos incêndios levou ainda à criação de um número de telefone específico (300 518 003), prevendo-se que arranque ainda esta semana a reconstrução de algumas das casas afectadas, das quais 169 eram primeira habitação, 205 a segunda e 117 estavam devolutas.

No sábado, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, anunciou que a recuperação de dois terços das casas de primeira habitação avança de imediato, nomeadamente "as obras até cinco mil euros". "As famílias têm de apresentar os documentos de candidatura, que podem ser apresentados posteriormente para não ficarem à espera, um orçamento e a factura de execução, que será comparticipada a 100%", explicou o governante, no final de uma reunião com os presidentes dos municípios afectados.