Assédio moral chegou a 16,5% dos trabalhadores

Intimidação, perseguição profissional e atenção sexual não desejada são as manifestações mais frequentes do assédio no local de trabalho.

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O estudo mais recente sobre assédio sexual e moral no local de trabalho, promovido pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) e coordenado pela socióloga Anália Torres, mostrou, a partir de um inquérito a 1801 indivíduos, entre 2014 e 2016, que 16,5% da população activa em Portugal já sofreu pelo menos uma vez durante a sua vida profissional uma forma de assédio moral no trabalho. Na média dos países europeus, recorde-se, a percentagem de trabalhadores vítimas de assédio fica-se nos 4,1%.

Quanto ao assédio sexual, a percentagem de respostas positivas baixou, ainda que ligeiramente, para os 12,6%. As manifestações que estas formas de assédio assumem são variadas: desde a desvalorização sistemática do trabalho feito à definição de objectivos e prazos impossíveis de atingir, passando pela submissão a situações de stress com o objectivo de levar o trabalhador ao descontrolo.

No plano do assédio sexual, preponderam as piadas ou comentários ofensivos, as propostas indesejadas de carácter sexual, por correio electrónico, mensagem escrita ou através de redes sociais, e as perguntas intrusivas ou ofensivas acerca da vida privada do trabalhador.  No assédio moral como no sexual, as mulheres são as principais vítimas (16,7% das mulheres activas reportaram situações de assédio moral e 14,4% de assédio sexual).

Entre os que assediam, destacam-se as figuras dos patrões, superiores hierárquicos e chefias directas, apontados como responsáveis, no seu conjunto, por mais de 80% dos casos de assédio reportados. Uma larga maioria das vítimas, segundo o estudo, possuía “um vinculo laboral marcado pela precariedade e instabilidade”. 

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