Governo quer encontrar soluções para os enfermeiros de saúde materna

Fernando Araújo reconhece que a diferenciação e competências dos enfermeiros devem ser salvaguardadas. Contudo, esta deve ser feita de forma "tranquila e equilibrada".

Foto
NUNO FERREIRA SANTOS

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, disse esta terça-feira que o Governo vai tentar encontrar soluções para os enfermeiros especialistas em saúde materna, que estão em protesto pelo segundo dia consecutivo.

"Reconhecemos que, do lado dos enfermeiros, a diferenciação e a competência que demonstram no dia-a-dia devem, de alguma forma, ser salvaguardadas, mas naturalmente temos de o fazer de forma tranquila e equilibrada", disse o governante. Segundo o secretário de Estado, o Governo vai discutir o problema com os sindicatos e "tentar encontrar soluções adequadas".

Fernando Araújo falava aos jornalistas em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, no final de uma reunião de com 14 estruturas do Ministério da Saúde para implementar um plano de apoio às populações afectadas pelo incêndio de 17 de junho.

Os enfermeiros especialistas em saúde materna estão, desde segunda-feira, a assegurar apenas cuidados indiferenciados de enfermagem, em protesto contra o não pagamento dos seus serviços especializados. O protesto conta com o apoio da Ordem dos Enfermeiros que recebeu, no primeiro dia de protesto dos enfermeiros especialistas, informações de que "os hospitais nada fizeram para garantir a segurança dos cuidados de saúde".

Em comunicado, a Ordem considerou "estar em causa a vida e a saúde das pessoas, em particular das que recorrem aos serviços de saúde materna e de obstetrícia". "O risco em que se encontram as pessoas e a responsabilidade por eventuais danos na saúde ou nas suas vidas não pode, de modo algum, ser atribuído aos enfermeiros", prossegue a nota.

Para a Ordem, "a falta de um plano de adequação à alteração de posição dos enfermeiros demonstra a forma inconsequente, irresponsável, negligente e atentatória do interesse público como o Ministério da Saúde e as instituições do SNS vêm exercendo as suas funções".