“Os factos são eles próprios uma enorme acusação”

"Não me lembro em toda a minha vida militar nacional ou internacional de ter havido uma situação desta gravidade”, diz general Garcia Leandro.

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Garcia Leandro diz que também há “responsabilidade política” Enric Vives-Rubio (arquivo)

“Os factos, independentemente daquilo que se investigar, são eles próprios uma enorme acusação”, diz sobre o assalto a Tancos o general Garcia Leandro, oficial general do Exército, com uma longa carreira nacional e internacional.

“Não me lembro em toda a minha vida militar nacional ou internacional de ter havido uma situação desta gravidade em paióis nacionais”, reforça. Numa breve entrevista por telefone, explica que os paióis nacionais, pela sua dimensão e material diverso, “obrigam a uma segurança permanente, estrutural, que não pode ser sujeita a explicações conjunturais nem burocráticas”.

Tancos “é uma zona militar com uma grande sensibilidade”, diz o também professor do ensino superior militar e professor e investigador no campo da estratégia e da segurança internacional.

“A segurança não pode falhar”, acrescenta. “Não é aceitável que haja um sistema de videovigilância que há dois anos não esteja a funcionar. Não há argumentos financeiros que possam aceitar uma coisa destas. Não é perdoável. O sistema burocrático ou os cortes financeiros não podem sobrepor-se à segurança nacional.”

E explica: “Num Orçamento do Estado, há questões de primeira responsabilidade, de risco e muito importantes para a nação como um todo. Essas questões, que põem em causa a segurança dos cidadãos e do Estado, não podem estar sujeitas a questões conjunturais, de burocracia, do despacho, dos cortes financeiros”, acrescenta, concluindo que há, por isso, os “responsáveis militares, executores e chefias”, mas também “a responsabilidade política”.

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