Emissões da RTP África e RDP na Guiné-Bissau cortadas ao início da manhã
Só a Lusa mantém a sua actividade naquele país africano.
O Governo da Guiné-Bissau concretizou neste sábado, ao início da manhã, o corte do sinal das emissões da RTP África e da RDP no país, disse à Lusa fonte do Ministério da Comunicação Social guineense.
Outras testemunhas confirmaram não conseguir ver, nem ouvir, a RTP África e RDP, respectivamente.
O ministro da Comunicação Social guineense, Vítor Pereira, anunciou sexta-feira a suspensão das actividades da RTP, da RDP na Guiné-Bissau, alegando a caducidade do acordo de cooperação no sector da comunicação social assinado entre Lisboa e Bissau.
Em conferência de imprensa, Vítor Pereira informou que a partir da meia-noite deste sábado em Bissau (1h em Lisboa) ficariam suspensas todas as actividades naquele país dos três órgãos portugueses até que o governo de Lisboa abrisse negociações para a assinatura de um novo acordo.
Posteriormente, o ministro da Comunicação Social anunciou que o Governo guineense recuou na decisão de suspender a actividade da Lusa, mantendo-se a decisão no caso da RTP e RDP.
O Governo de Bissau alegou que não recebeu qualquer resposta ao pedido de revisão do protocolo de cooperação na área da comunicação social entre os dois países, algo que o governante português nega.
“Recebemos no passado dia 7 de Junho uma proposta de revisão do protocolo na área da comunicação social”, que foi dirigida ao Ministério da Cultura português, explicou Augusto Santos Silva.
“Essa proposta foi reencaminhada para a RTP, empresa pública, para que ela desse o seu parecer e, do nosso ponto de vista, os trabalhos necessários [para iniciar a renegociação] estão em curso. Ao contrário do que ouvi o senhor ministro da Comunicação Social da Guiné-Bissau dizer, o ministro da Cultura [português] respondeu à carta” da Guiné-Bissau, disse Santos Silva.
O actual governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial, não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria absoluta e este impasse político tem levado vários países, entre os quais Portugal, e instituições internacionais a apelarem a um consenso.