Arqueólogos chamam "pequena Pompeia” a ruínas descobertas no metro de Roma
As escavações para a expansão do transporte subterrâneo pararam a nove metros de profundidade devido à descoberta de ruínas do século II.
Fazer escavações para alargar a linha do metro nem sempre é uma tarefa fácil, sobretudo se a cidade em causa for Roma e se, pelo caminho, se encontra algo mais do que terra. Entre buracos e escavadoras, estava uma ruína do século II com um esqueleto de cão com cerca de mil e oitocentos anos.
A nove metros de profundidade as escavações para a expansão do transporte subterrâneo pararam devido à descoberta daquilo a que os arqueólogos chamam de "pequena Pompeia”. “O que aproxima estas ruínas de Pompeia é o feito excepcional que podemos contemplar pelo fragmento embalsamado da vida quotidiana, algo que sucede apenas em condições ambientais e climáticas especiais ou após eventos também eles excepcionais”, afirmou o responsável das áreas arqueológicas de Roma, Francesco Prosperetti, citado pelo El País.
A casa na colina Celio, uma das colinas a sudeste de Roma, agora em ruínas, terá sido destruída por um grande incêndio. “O fogo que congelou o quotidiano neste ambiente permite-nos imaginar a vida naquele preciso momento”, afirmou Prosperetti.
Francesco Prosperetti explicou que o incêndio provocou o desabamento do segundo andar da casa para o primeiro, o que acelerou a carbonização do edifício e de todo o seu interior. O especialista afirma que a única “vítima certa” do desastre é, até agora, o cão do qual foram encontradas partes do esqueleto.
“Este edifício está à mesma profundidade que o quartel romano encontrado em 2016 a uns duzentos metros daqui. Pela riqueza dos ornamentos, a abundância de móveis e o nível tecnológico do sistema de aquecimento da casa diria que esta pode ser a casa do comandante”, explica Simona Morretta, responsável cientifica das escavações.
Entre as descobertas, os arqueólogos encontraram também um fresco, conservado por detrás das tubagens da água, e peças de mosaico branco e preto. A surpresa veio quando os especialistas deram conta da existência de traves de madeira. “Nem estávamos a acreditar: geralmente materiais orgânicos não chegam intactos até nós”, afirmou Adone Pelly, um dos restauradores da equipa que tem desenvolvido desde Dezembro trabalho de campo.
“Esta linha de metro vai ser executada numa área tão densa a nível de história que representa um feito único no mundo”, disse Andrea Sciotti, engenheiro que coordena a construção da expansão do metropolitano.