Pedrógão: Voluntários já trataram mais de mil animais
Grupo de veterinários voluntários já cuidou de 1200 animais, em mais de 350 explorações agrícolas, que foram afectadas pelo trágico incêndio.
Mais de 1200 animais de explorações afectadas pelos incêndios de Castanheira de Pera, Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos foram já assistidos ou medicados por voluntários, anunciou esta quarta-feira a Cooperativa Agro-Pecuária do Sudoeste Beirão.
Em comunicado, a cooperativa refere que, além das 64 pessoas que morreram e dos mais de 200 feridos, estes incêndios atingiram “outros bens materiais e animais, deixando muitas pessoas sem qualquer meio de subsistência”.
“Para além dos bens materiais e dos animais que morreram (estima-se cerca de 1200), ficaram cerca de 2500 animais, na sua maioria pequenos ruminantes (ovinos e caprinos), feridos e carentes de cuidados médicos capazes de os salvar ou de lhes diminuir o sofrimento provocado pelos ferimentos causados pelo fogo”, explica.
Nesse âmbito, a cooperativa “desde o primeiro momento se empenhou, num gesto solidário, em levar a cabo esta tarefa gigantesca de, num cenário dantesco, ajudar todos aqueles que, dentro das possibilidades, puder”. Graças aos veterinários que voluntariamente se reuniram à cooperativa e também à Direcção-Regional da Ordem dos Médicos Veterinários do Centro, que facultou “todos os medicamentos necessários”, foram visitadas até terça-feira cerca de 350 explorações.
No total, foram “acompanhados e/ou medicados cerca de 1200 animais que, mesmo depois desta primeira intervenção, continuarão por um longo período de tempo carentes de cuidados médicos e de vigilância”, sublinha.
Através de donativos que tem recebido, a cooperativa conseguiu reunir “cerca de 80 toneladas de ração e 50 toneladas de feno, fenossilagem e palha enfardada” que, através de pontos de distribuição criados, conseguiram “satisfazer as primeiras necessidades dos animais atingidos”.
“De forma a garantir que as primeiras necessidades chegarão a todos e a evitar apropriações excessivas, foi criado o critério de distribuição (para ovinos e caprinos) de 500 gramas de ração e dois quilos de feno/animal/dia, por um período máximo de cinco dias de cada vez”, explica.
A cooperativa agradece a generosidade da Ordem dos Médicos Veterinários, de empresas produtoras e distribuidoras de alimentos compostos para animais, de cooperativas, associações e federações e de pessoas singulares que permitiu, “até agora, satisfazer as necessidades sentidas”.
“No entanto, e como só na próxima Primavera poderá haver pastagens disponíveis, estimamos que serão necessárias cerca de 1350 toneladas de feno e 400 toneladas de ração para colmatar as necessidades ao longo deste período de tempo”, avisa.
Por isso, a cooperativa continuará a tentar conseguir alimentos e outras ajudas, lamentando que, até hoje, não tenha recebido “qualquer contacto de apoio por parte do Governo, nomeadamente do Ministério da Agricultura”.