E os candidatos à Câmara de Lisboa, onde querem a AEM?

À excepção do comunista João Ferreira, a escolha de Lisboa para se candidatar a sede da Agência Europeia do Medicamento não deixa os outros candidatos à autarquia confortáveis.

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A escolha de Lisboa para se candidatar a receber a agência está a levantar polémica RUI GAUDÊNCIO

A pergunta era clara e dirigida aos candidatos à Câmara Municipal de Lisboa: “Trazer a Agência Europeia do Medicamento para Lisboa, sim ou não e porquê?” O comunista João Ferreira reiterou que “Lisboa tem as condições para a sua localização”. Teresa Leal Coelho, do PSD, assumiu que "Lisboa é uma das cidades concorrentes com melhor conectividade". A líder centrista partilha da opinião da deputada Cecília Meireles, que acusou o Governo de provincianismo e bairrismo por assumir Lisboa como a cidade para se candidatar a receber a sede da agência. O bloquista Ricardo Robles remeteu para as declarações da coordenadora Catarina Martins, para quem o executivo se precipitou. E o actual autarca socialista não quis responder. 

"Defendo a instalação da Agência Europeia do Medicamento em Lisboa", disse Teresa Leal Coelho, assumindo uma posição contrária à de alguns elementos do seu partido. "Lisboa é uma das cidades concorrentes com melhor conectividade, nomeadamente a proximidade do aeroporto. Também a proximidade do Infarmed é um factor relevante. Acresce que Lisboa tem perdido a localização de empresas para concelhos limítrofes e com esta deslocalização tem perdido pessoas e economia. É tempo de inverter este quadro", disse ao PÚBLICO a candidata à câmara da capital.

Numa resposta enviada ao Público por email, o deputado do PCP ao Parlamento Europeu, vereador na Câmara Municipal de Lisboa e candidato à autarquia, João Ferreira, defende a escolha de Lisboa: “É importante assegurar a fixação da Agência Europeia do Medicamento em Portugal, assegurando condições favoráveis ao interesse nacional. Esta é a questão central. Lisboa tem as condições para sua localização. Na fase de desenvolvimento deste processo, devem ser evitadas considerações e iniciativas que dificultem a sua instalação no País.

Questionado, o candidato do Bloco de Esquerda, Ricardo Robles, não quis responder, remetendo antes para as declarações da coordenadora do partido, Catarina Martins. A bloquista afirmou que, apesar de existir “consenso para apresentação de uma candidatura forte”, o que aconteceu “foi uma precipitação do Governo, que decidiu que deveria ser Lisboa sem ter feito as conversas necessárias com o país, com as pessoas ligadas a esta área”.

A deputada do BE sublinhou também que Portugal já tem duas agências europeias em Lisboa, o que poderá prejudicar a candidatura portuguesa para receber aquela agência que está sediada em Londres, mas que terá de abandonar esta cidade na sequência do processo do Brexit.

Já a posição do CDS, na qual se revê obviamente a líder Assunção Cristas, foi expressa pela deputada Cecília Meireles que, confrontando o ministro da Saúde no Parlamento, acusou o executivo de “profundo provincianismo”, bairrismo e preconceito ao encarar Lisboa com a única cidade portuguesa com condições para se candidatar a acolher a sede da Agência. A deputada quis saber se “vai haver algum momento em que alguma coisa possa ser noutra cidade” e também contestou o argumento segundo o qual a candidatura de Lisboa se justifica pelo facto de a agência portuguesa do medicamento (Infarmed) também ter sede em Lisboa. Com Sónia Sapage

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