Às notícias dos mails, Benfica optou por responder falando em cibercrime

Director de comunicação do Benfica transmitiu a posição oficial do clube às acusações do FC Porto, confirmando que vai avançar com queixas para os tribunais.

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A arbitragem nacional volta a estar no centro da controvérsia NFACTOS / GONCALO DELGADO

Foi em jeito de contra-ataque que o Benfica, pela boca do seu director de comunicação, Luís Bernardo, reagiu nesta sexta-feira, de forma oficial, à polémica dos últimos dias, relacionada com a divulgação por parte do director de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, de mails comprometedores, envolvendo alguns responsáveis benfiquistas e relacionadas com um suposto esquema de corrupção na arbitragem nacional. Cibercrime, processos-crime, manifestação de total abertura para uma investigação célere, mas nenhuma explicação em relação ao conteúdo concreto dos referidos mails é a síntese do que foi dito na Benfica TV.

Luís Bernardo escudou-se na necessidade de deixar as autoridades investigarem o que tiverem para investigar para não explicar ou comentar as acusações feitas com base na divulgação das mensagens electrónicas. "Se os mails existem ou não cabe ao Ministério Público averiguar, bem como se foram alvo de falsificação ou pirateados", começou por afirmar aquele responsável benfiquista.

A acusação de que o FC Porto terá cometido um crime informático foi, aliás, uma das ideias fortes do que Luís Bernardo disse na Benfica TV. "Os dados que o Benfica recolheu através de perícias técnicas permitem identificar a hipótese de pirataria informática", começou por declarar, lembrando que foi o FC Porto quem afirmou ter tido "acesso a informação confidencial do Benfica". Um pouco depois, o director de comunicação das "águias" foi ainda mais taxativo: "Temos poucas dúvidas de que houve uma violação do sistema informático do Benfica." Por isso, Luís Bernardo anunciou que o clube da Luz avançou com um processo-crime contra desconhecidos por violação de correspondência privada, revelando ainda que, "nos próximos dias", o Benfica vai avançar com processos-crime contra Pinto da Costa e contra a SAD do FC Porto.

Luís Bernardo referiu que os "encarnados" estão de "portas abertas" para as autoridades, manifestando total disponibilidade do Benfica em colaborar com as investigações. E solicitou que tudo seja esclarecido, de forma "total e célere".

Tentando englobar o caso dos mails, numa "tentativa desesperada dos principais rivais benfiquistas de desviar as atenções e condicionar o início da próxima época" - "há dois anos foi a contratação do nosso treinador Jorge Jesus, o ano passado foi o caso dos vouchers e este ano é a situação dos mails" - Luís Bernardo anunciou que o Benfica vai solicitar "a reabertura do processo Apito Dourado" e a validação das escutas que serviram de base a esse caso. Tudo por considerar que, nos últimos tempos, tem existido uma conduta por parte do FC Porto que faz lembrar esse tempo.

Luís Bernardo denunciou ainda a existência de uma suposta avença paga pelo FC Porto a Francisco J. Marques quando este era editor de desporto da Agência Lusa. "“É falso!", reagiu Francisco J. Marques, em declarações à Lusa. "E surpreende-me que um profissional experiente e principescamente pago alinhe nestas mentiras”, acrescentou.

O director de comunicação do Benfica, por outro lado, desvalorizou a ideia de que o Benfica montou um esquema de controlo do futebol português: "Pedro Proença, presidente da Liga, foi uma escolha de FC Porto e Sporting; o presidente do Conselho de Arbitragem também. Mesmo o actual presidente da Federação Portuguesa de Futebol é um homem que vem do FC Porto." E ripostou apontando baterias também contra o Sporting: "Quem se gabou de ter conseguido impedir que Vítor Pereira fosse indicado para a UEFA foi Bruno de Carvalho. Ora, isso é que é um crime de tráfico de influências."

Notícia actualizada às 23h01, com a reacção do director de comunicação do FC Porto

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