Presidente-executivo da Uber tira licença sem vencimento
Travis Kalanick não especificou quanto tempo se manterá afastado da empresa. Durante o período intercalar, a Uber será gerida pela equipa de Kalanick.
O presidente-executivo da Uber, Travis Kalanick, decidiu tirar uma licença sem vencimento da empresa, noticiam o New York Times e o Financial Times, citando um email interno da empresa.
Esta decisão surge depois de uma sucessão de controvérsias protagonizadas pela Uber nos últimos meses que resultaram numa investigação interna.
“Se vamos trabalhar numa Uber 2.0, também preciso de trabalhar no Travis 2.0 para me tornar no líder que esta empresa precisa e que vocês merecem”, escreveu no email a que o BuzzFeed também teve acesso.
Kalanick informou ainda os funcionários da empresa de que, durante o período intercalar, a empresa será gerida pela sua equipa e directores. “Vou capacitá-los para serem ousados e decisivos para levarem a empresa para frente”, explicou.
O anúncio da licença surge depois de uma reunião com os quadros superiores da empresa, no domingo, onde já teria sido discutido o afastamento temporário de Kalanick ou a possibilidade de permanecer na empresa numa posição de menor autoridade, com menos responsabilidades e uma maior supervisão.
A Uber tem estado debaixo de fogo com polémicas que vão desde acusações de assédio a vídeos do fundador a gritar com os trabalhadores. Kalanick foi gravado a ofender um condutor da Uber, em Fevereiro.
A esta série de controvérsias junta-se também a morte da mãe de Kalanick num acidente de barco, em Maio, que afectou o presidente da empresa e surge como um dos motivos da licença anunciada. “Tragicamente, perder um ente querido tem sido difícil para mim e eu preciso de fazer a minha despedida”, escreveu no email.
As saídas na Uber não se ficam por esta ausência temporária de Kalanick: o vice-presidente Emil Michael também anunciou recentemente a sua saída definitiva da empresa.