Amarante, capital das músicas do mundo
De 21 a 23 de Julho, o festival Mimo apresenta um cartaz centrado na música portuguesa e brasileira, mas aberto a outras latitudes. Rodrigo Amarante, Tinariwen, Akalé Wubé e Richard Bona juntam-se ao alinhamento.
Já sabíamos que Herbie Hancock era um dos cabeças-de-cartaz da segunda edição portuguesa do festival Mimo em Amarante, que decorre no fim-de-semana de 21 a 23 de Julho.
Ao nome do pianista e compositor norte-americano – e a outros que entretanto foram também surgindo, como os brasileiros Nação Zumbi e Céu –, a organização acrescentou esta terça-feira a lista dos convidados que farão o cartaz definitivo do festival, cuja edição inaugural aconteceu em 2004, no Brasil.
A world music vai assim estar também representada por outras figuras emergentes ou já consagradas, como Jards Macalé, Rodrigo Amarante e Hamilton de Holanda, também brasileiros, o último deles tendo como convidada a cabo-verdiana Mayra Andrade; os tuaregues do Mali, Tinariwen; o quinteto parisiense Girma Bèyènè acompanhado por Akalé Wubé, “o titã do ethio-jazz”; o duo Richard Bona & Mandekan Cubano (Camarões/Cuba); a baterista e compositora francesa Anne Paceo, “artista do ano” 2016 no seu país; e a cantora londrina originária das Caraíbas, Ala.Ni.
Ao lado destes nomes das músicas do mundo, a música portuguesa vai estar também representada em géneros diversos, do fado de Ricardo Ribeiro à pop dos Três Tristes Tristes e de Manel “Ornatos Violeta” Cruz, ambos de regresso aos palcos. E ainda a música vocal, com o Coro de Câmara de Lisboa, num recital na Igreja de São Gonçalo – um dos palcos do festival, ao lado da Igreja de São Pedro, do Museu Amadeo de Souza-Cardoso, do Centro Cultural de Amarante, do Cinema Teixeira de Pascoaes e do Parque Ribeirinho.
Os concertos têm todos acesso gratuito, e acessibilidades facilitadas para pessoas com deficiência na sequência de um protocolo assinado com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, designado “Mimo sem barreiras”.
Além da música, o programa deste ano vai ter também um cartaz cinematográfico, com a estreia portuguesa de Chico Science – Um Caranguejo Eléctrico (2016), de José Eduardo Miglioli, documentário sobre esta figura da música brasileira conhecida como precursora do movimento pernambucano manguebeat. Outras figuras da música também revistas no grande ecrã serão Vinicius de Moraes, Tim Maia e José Mário Branco.
O programa inclui ainda um fórum de ideias, com intervenções de Ricardo Ribeiro e Manel Cruz, mas também Nação Zumbi e Jards Macalé; um recital de poesia e várias iniciativas educativas, entre as quais masterclasses, oficinas e visitas guiadas.
O calendário detalhado do festival pode ser consultado aqui.