“Não se brinca com empresas cotadas”, diz Eduardo Catroga
O representante dos accionistas da EDP diz que estão a ser ponderados processos contra os autores da denúncia anónima que motivou as investigações do Ministério Público.
O presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, Eduardo Catroga, afirmou esta terça-feira que alguns dos accionistas da empresa, que é controlada pela China Tree Gorges, admitem avançar com acções judiciais sobre os autores da denúncia anónima que lançou a investigação aos contratos da EDP, em 2012.
“Não se brinca com empresas cotadas, lançando denúncias anónimas”, afirmou Eduardo Catroga, sentado ao lado de António Mexia, que na sexta-feira passada foi constituído arguido numa investigação por corrupção.
A par da queixa anónima ao Ministério Público, também estava a ser analisada pela Comissão Europeia uma queixa de um grupo de cidadãos sobre os CMEC e a extensão do prazo de exploração das barragens que foi arquivada em meados deste mês. Um aspecto aliás amplamente mencionado por António Mexia ao longo da conferência desta terça-feira.
Ao longo da sua intervenção, o presidente da EDP foi fazendo referências genéricas àqueles que, “com ligeireza", atacam o bom nome da EDP. Questionado sobre quem está a agir com ligeireza, se o Ministério Público, se os autores das queixas anónimas, o presidente da eléctrica respondeu que “em Bruxelas as queixas têm de ter nomes e em Portugal podem ser anónimas”. E que o anónimo “até tem dias e sítios”.
Depois, novamente interpelado sobre se atribui aos autores da queixa à Comissão Europeia sobre o alargamento do prazo das barragens também a autoria da queixa ao Ministério Público, o presidente da EDP foi mais contido e optou por dizer que é hora de trabalhar, inclusive com a justiça, “de maneira a que não restem dúvidas nenhumas” sobre este tema.
E acerca das alterações aos CMEC pressionadas pelos partidos da esquerda no Parlamento, Catroga deixou o aviso à navegação: os accionistas têm dito aos governos que “aquilo que compraram não deve ser espoliado”.
O presidente do CGS da EDP afirmou ainda que os accionistas, “todos por unanimidade”, prestaram “a sua solidariedade” a Mexia e à actual gestão da empresa.