EDP dá explicações sobre suspeitas de corrupção
A eléctrica liderada por António Mexia explicou ao mercado aquilo que havia esclarecido publicamente na sexta-feira: houve buscas na sede na sequência de uma investigação às "rendas da energia". E adiantou que vai explicar o caso em conferência com o mercado, terça-feira.
"A sede da EDP foi na passada sexta feira objecto da visita de um Procurador da República do DCIAP, acompanhado da Polícia Judiciária, com o objetivo de realizar buscas. A visita dos referidos elementos insere-se no âmbito de uma investigação que teve origem numa denúncia anónima e reporta-se a matéria relacionada com a extinção dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE) e a sua substituição pelo regime dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) - iniciada no ano de 2004 - e visou a obtenção de elementos documentais relacionados com os referidos procedimentos". Uma explicação que repete o que já havia sido comunicado na sexta-feira, mas que esta segunda-feira foi partilhado ao mercado, através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
Num dia em que as acções da eléctrica abriram a sessão em bolsa em trajectória descendente, a EDP, liderada por António Mexia, entretanto constituído arguido no processo, acrescentou mais uma vez que "a administração da EDP facultou aos investigadores o acesso irrestrito a toda a informação e foi prestada toda a colaboração com vista ao esclarecimento dos factos".
E anunciou ainda que, por um lado, "a EDP procederá hoje [segunda-feira] à consulta do processo após o que, durante o dia de amanhã, realizará uma conferência com o mercado".
No âmbito da investigação, além de António Mexia, também foram constituídos arguidos o presidente da EDP Renováveis, João Manso Neto, o administrador da REN João Conceição, e um dos directores da empresa de transporte de energia, Pedro Furtado.
Na sexta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas aos escritórios em Lisboa da EDP, da REN e da Boston Consulting Group (BCG), dando seguimento a uma investigação que decorre no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP). Em causa estão suspeitas sobre "crimes de corrupção activa, corrupção passiva e participação económica em negócio”.