Utentes de Sacavém, em Loures, querem que serviço da Carris chegue à cidade
Empresa diz que "não tem prevista qualquer extensão da sua rede para Sacavém".
Utentes dos transportes públicos de Sacavém, no concelho de Loures (distrito de Lisboa), vão lançar um abaixo-assinado para reivindicar a extensão do serviço da rodoviária Carris à zona urbana da cidade, foi esta sexta-feira anunciado.
Em causa está "a degradação e a insuficiência de oferta de transportes públicos na cidade, explicou à agência Lusa Fernando Vaz, da Comissão dos Utentes dos Transportes Públicos de Sacavém (CUTPS).
"A população de Sacavém sente-se marginalizada. Estamos a falar de uma cidade onde vivem 32 mil pessoas e que tem como única alternativa de transporte público a Rodoviária de Lisboa, com carreiras de hora a hora. É insuficiente", afirmou.
O porta-voz da CUTPS refere que o serviço da Carris (agora gerida pela Câmara de Lisboa) já tem linhas e opera até aos limites de Sacavém, pelo que "faz todo o sentido que o serviço seja alargado até à zona urbana da cidade".
"Existem condições para prolongar a carreira 708 até à Praça da República, as carreiras 781 e 725 até à rotunda do LIDL (Terraços da Ponte) e a carreira 783 até à Quinta do Património", apontou.
Além da extensão da Carris à cidade de Sacavém, a recém-criada comissão defende o alargamento da rede do Metro, a introdução de um passe intermodal para todos os operadores e a melhoria do serviço prestado pela Rodoviária de Lisboa e pela CP - Comboios de Portugal na linha da Azambuja. "Para já o nosso maior foco é a Carris, porque é aquele objectivo que nos parece mais próximo", ressalvou.
Por seu turno, numa resposta escrita enviada à Lusa, fonte da Carris afirmou que a empresa "não tem prevista qualquer extensão da sua rede para Sacavém". "Sacavém fica no concelho de Loures, onde a Carris tem apenas um serviço residual, através de carreiras que vão à Portela", justifica a nota.
O presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares (CDU), tem manifestado a sua oposição à gestão da Carris - anteriormente a cargo do Estado - apenas pelo município de Lisboa, tendo em conta a necessidade de uma "lógica supramunicipal" nos transportes urbanos.