BE não será "elemento decorativo" de governo maioritário do PS

Catarina Martins, coordenadora do BE, disse, em entrevista à Antena 1, que não haverá acordo de governo com o PS se os socialistas tiverem maioria absoluta em 2019.

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Catarina Martins deu uma entrevista à Antena 1 LUSA/HUGO DELGADO

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) afastou hoje o cenário de um acordo de governo com o PS, no caso de os socialistas chegarem à maioria absoluta nas próximas legislativas, assegurando que os bloquistas não são "elementos decorativos".

“Nós não servimos para jarras! Nós não somos elementos decorativos”, acentuou Catarina Martins, quando questionada, em entrevista à Antena 1, sobre a ideia do líder socialista, António Costa, de renovar os acordos à esquerda, mesmo num cenário de o PS conseguir a maioria absoluta.

A líder bloquista manifestou a convicção de que esta ideia de António Costa é “algo que se diz, mas não tem nenhum significado prático” porque “um partido que tenha maioria absoluta não precisa de nenhum outro partido, não tem força para fazer negociação”.

“Se um partido tem maioria absoluta, se aprova orçamentos sozinho, qual é o papel dos outros partidos”, questionou.

Depois de considerar que “é ilógico” haver acordos de governo quando um partido tem maioria absoluta no Parlamento, Catarina Martins rejeitou também a possibilidade de o PS a atingir nas próximas eleições legislativas. “Não há nada que indique que o PS vai ter maioria absoluta. As maiorias absolutas não têm feito bem ao país, nem isso está em cima da mesa para ninguém”, concluiu.

Na entrevista à Antena 1, Catarina Martins criticou também a hipótese de o ministro das Finanças português, Mário Centeno, vir a assumir a presidência do Eurogrupo. "O Eurogrupo é uma instituição que não faz bem nenhum a nenhum país e a uma Europa que queira funcionar", advogou a líder bloquista.

Catarina Martins disse ainda que o Bloco não aceita que não haja aumentos para a Função Pública até ao final da legislatura, em 2019, e admitiu existir já convergência com o governo sobre as alterações aos escalões do IRS.