O “futuro brilhante” de Ederson é agora

Brasileiro foi confirmado como reforço do Manchester City para 2017-18, num negócio de 40 milhões de euros.

Foto
DR

Numa das várias ocasiões em que Cláudio Taffarel observou Ederson em acção, eis uma das conclusões que tirou: “Tem um potencial grande. Diria que vai ter um futuro brilhante. Só depende dele.” Para já, a “profecia” traçada pelo treinador de guarda-redes da selecção do Brasil está a cumprir-se. Depois de vários dias de espera, chegou a confirmação oficial: Ederson Santana de Moraes é reforço do Manchester City. O negócio ficou fechado por 40 milhões de euros, o que significa que o jogador nascido na pequena localidade de Sento Sé, no Norte da Bahia, Brasil, se transformou no segundo guardião mais caro da história do futebol.

Não é difícil encontrar quem teça rasgados elogios ao guarda-redes que ajudou o Benfica a conquistar os dois últimos campeonatos (entre outros troféus), depois de ter aproveitado uma lesão do compatriota Júlio César para lhe arrebatar a titularidade. Desde esse derby frente ao Sporting, em 2015-16, não mais o treinador Rui Vitória o arredou da condição de primeira escolha. Tite, actual seleccionador do Brasil, já gabou “a velocidade de reacção” de Ederson. E outros antigos guarda-redes juntaram outras virtudes à lista: “É um jogador frio, passa muita tranquilidade à equipa e joga bem em antecipação”, avalia Sérgio Leite, antigo internacional português nas selecções jovens.

A estes predicados há que acrescentar um outro, o jogo de pés, que se foi tornando imagem de marca do brasileiro ao ponto de ter diversificado a abordagem ofensiva do Benfica de Rui Vitória: “Como o Ederson, não há”, considerou o treinador, a propósito da potência e colocação que o pé direito do guarda-redes habitualmente imprime à bola. De resto, essa característica foi aproveitada para tentar explorar o adiantamento da linha defensiva contrária, deixando o ponta-de-lança “esquecido” no último terço do terreno e à espera de uma bola longa, como aconteceu no golo de Raul Jiménez frente ao V. Guimarães, para a Liga (5-0).

Aos 23 anos, Ederson partilha com o inesgotável Gianluigi Buffon não só uma transferência milionária mas também a idade com que viram concretizar-se o negócio. Ainda assim, o italiano continua a ser o mais valioso dos guarda-redes quando o assunto é investimento, já que em 2001 viu a Juventus pagar ao Parma um total de 54,2 milhões de euros pelo seu passe: 38,7 saldados directamente e os restantes 15,5 correspondentes ao passe do médio italiano Jonathan Bachini, também envolvido na operação.

Para trás nesta lista, ficam nomes como os de Manuel Neuer (22 milhões pagos ao Schalke pelo Bayern, que passaram a 30 em função do desempenho), Francesco Toldo (a Fiorentina recebeu do Inter 28,4 milhões), David de Gea (transitou do Atlético Madrid para o Manchester United por 22 milhões) ou até Claudio Bravo (20 milhões), que vai agora ser concorrente directo de Ederson na luta pela baliza do Manchester City. O chileno, de resto, já se pronunciou sobre a contratação: “Há sempre competição a este nível. Sabia qual era o cenário há muito tempo, é algo que não me preocupa”, comentou ao jornal espanhol AS.

Este negócio, apesar da expressão do montante, renderá ao Benfica metade do valor total (20 milhões), já que os “encarnados” detêm somente 50% do passe do guarda-redes — 30% pertencem ao Rio Ave e 20% ao empresário Jorge Mendes. Nesta perspectiva, este acaba por ser um encaixe milionário para o clube de Vila do Conde, que vê entrar nos cofres cerca de 12 milhões de euros, uma verba três vezes superior ao seu orçamento anual.    

Sugerir correcção
Comentar