Augusto Santos Silva: Portugal está preparado para agir na protecção de cidadãos nacionais
Ministro dos Negócios Estrangeiros garante que Portugal está pronto para apoiar os cidadãos nacionais residentes no país “no caso de incidente grave que coloque a sua segurança em risco evidente”.
O Estado português mantém-se atento à situação na Venezuela, e está preparado para actuar, com a mobilização de um dispositivo preparado para apoiar os cidadãos nacionais residentes no país “no caso de incidente grave que coloque a sua segurança em risco evidente”, garantiu ao PÚBLICO o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Segundo explicou o governante, existem planos de contingência que são desenhados para a eventualidade de incidentes naturais ou político-securitários, e que são actualizados em função das circunstâncias: “O facto de não se conhecerem os pormenores desses planos é inteiramente normal”, até porque eles são confidenciais. Mas como frisou Santos Silva, se surgir a necessidade de activá-los, por exemplo se a crise assumir formas de confronto civil, os meios estarão disponíveis para responder e todos aqueles que precisarem da protecção do Estado português receberão a informação essencial. “Pensamos que ainda estamos longe dessa situação”, acrescenta.
O Governo está, entretanto, a tomar medidas no sentido de garantir um maior apoio aos cidadãos portugueses na Venezuela. Lisboa abriu um “canal de comunicação permanente” com as autoridades venezuelanas, estabelecendo contactos técnicos com as forças de polícia locais. “Nós sabemos que não há uma hostilidade especial com a comunidade portuguesa, mas como o seu modo de vida passa muito pela de estabelecimentos de porta aberta, ela acaba por ser directamente atingida pela instabilidade do país”, reconhece Santos Silva.
Também os meios diplomáticos e sociais estão a ser reforçados, informou o ministro. O Governo mobilizou um novo conselheiro social para Caracas, “para que o apoio consular à comunidade seja garantido”, e estreitou a colaboração com a rede associativa para o apoio social e sanitário, com a atribuição de subsídios e a remessa de géneros para suprir “as necessidades muito sentidas de abastecimento”.