Greve da função pública encerra dez escolas no Porto

Os números são do sindicato dos trabalhadores da função pública. Entre as reivindicações está a aplicação das 35 horas semanais para todos os funcionários.

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Escola Clara de Resende, uma das escolas afectadas pela greve FERNANDO VELUDO/NFACTOS/Arquivo

Dez escolas da cidade do Porto estavam, cerca das 9h desta sexta-feira, encerradas devido à greve geral da Função Pública que está a afectar, sobretudo, os sectores da Educação, Saúde e Justiça, segundo o sindicato do sector.

"Temos 160 agrupamentos de escolas no distrito do Porto, ainda é um pouco cedo para sabermos o número em concreto de escolas encerradas, mas, pelo que já pudemos confirmar, há pelo menos dez estabelecimentos encerrados", afirmou Orlando Gonçalves, coordenador dos Sindicatos dos Trabalhadores da Função Pública, que falava junto à Escola Clara de Resende, uma das que encerrou.

Segundo Orlando Gonçalves, há casos de escolas que, não estando encerradas, funcionam só parcialmente, como é o caso da "Fontes Pereira de Melo", onde apenas os alunos do 7.º ano e cursos profissionais.

"Há ainda estabelecimentos de ensino que decidiram abrir sem o mínimo de condições para assegurar, sequer, a segurança dos alunos, porque durante todo o ano os directores queixam-se que têm falta de pessoal, que não conseguem desempenhar a sua função devidamente por falta de pessoal, depois nos dias de greve só aparecem metade dos trabalhadores ou nem isso e eles conseguem por a escola a funcionar normalmente. É um contra-senso", disse.

Em declarações à Lusa, o dirigente sindical salientou que também os hospitais de Penafiel, Pedro Hispano (Matosinhos), Vila Nova de Gaia, São João e Santo António, no Porto, estão com adesões acima dos 75%, destacando-se o caso de Vila Nova de Gaia onde a adesão é de "100%, não estando, sequer, a ser respeitados os serviços mínimos".

Convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSTFPS), a greve nacional desta sexta-feira na Função Pública foi anunciada no início de Abril para reivindicar aumentos salariais, pagamento de horas extraordinárias e as 35 horas de trabalho semanais para todos os funcionários do Estado.

O regime das 35 horas foi reposto em Julho de 2016, deixando de fora os funcionários com contrato individual de trabalho, sobretudo os que prestam serviço nos hospitais EPE. A FNSTFPS, afecta à CGTP, é composta pelos sindicatos do Norte, Centro, Sul e consulares e representa 330 mil funcionários.

A última greve geral convocada pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais com vista à reposição das 35 horas semanais realizou-se em Janeiro do ano passado e teve, segundo a estrutura, uma adesão média entre 70% a 80%, incluindo os hospitais.