Polícia britânica retoma partilha de informações com os EUA

Autoridades do Reino Unido dizem que receberam "garantias novas" dos EUA. Numa zona de Wigan, residências foram evacuadas devido à descoberta de um objecto suspeito.

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Reuters/ANDREW YATES

A polícia britânica anunciou que retomou a partilha de informações com as agências de informação dos EUA relativamente à investigação ao atentado em Manchester, depois de uma suspensão temporária.

As autoridades britânicas afirmam que receberam “novas garantias” de que não haverá mais fuga de informações para os media. “Apesar de normalmente não fazermos comentários sobre acordos de partilha de informações, tendo recebido novas garantias, estamos agora a trabalhar em estreita colaboração com os nossos principais parceiros em todo o mundo”, explicou Mark Rowley, líder da unidade de combate ao terrorismo no Reino Unido, citado pela Reuters.

Na quinta-feira foi noticiado que a polícia de Manchester iria deixar de partilhar temporariamente informação com as autoridades norte-americanas, depois ter visto informação confidencial ser divulgada a partir de Washington e Nova Iorque, prejudicando as investigações ao ataque de segunda-feira à noite. A informação foi avançada pela BBC, que dizia que a polícia britânica estava "furiosa" com os EUA. 

Na quinta-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, falou sobre o caso com o Presidente norte-americano durante a cimeira da NATO em Bruxelas.

A divulgação de informação começou na terça-feira, quando responsáveis norte-americanos revelaram aos media o nome do autor do atentado, citando fontes britânicas. A rápida partilha do nome forçou a polícia britânica a confirmar os detalhes da sua identidade, contra a sua vontade.

Seguiu-se a publicação de imagens de provas recolhidas no local do atentado pelo jornal norte-americano New York Times. As imagens mostravam o que parecia ser o engenho explosivo usado e estavam acompanhadas de informação considerada "sensível".

Já na quarta-feira, e referindo-se à revelação do nome do autor da explosão, a ministra do Interior britânica tinha considerado a "intervenção" de Washington na investigação britânica "irritante". Ambar Rudd sublinhou “que a polícia britânica pretende controlar o fluxo de informação, para proteger a integridade operacional e o factor surpresa”, e que uma situação semelhante “não poderia voltar a acontecer”. Mas a situação repetiu-se, com a publicação das imagens e dados no New York Times.

Horas depois, Donald Trump anunciou a abertura de uma investigação para apurar de onde partiu a fuga de informação sobre as investigações ao atentado terrorista em Manchester – informações classificadas dos serviços secretos e de segurança britânicos transmitidas às agências da informação americanas foram passadas aos media dos EUA.

Dia de evacuações em Wigan

O terceiro dia de investigações no Reino Unido relativamente ao atentado da última segunda-feira foi marcado por evacuações em diversas residências na cidade de Wigan. Isto porque a polícia metropolitana de Manchester encontrou um “objecto potencialmente suspeito” durante uma rusga.

As forças policiais montaram quase de imediato um largo perímetro de segurança e pediram aos habitantes das proximidades que se retirassem de casa e que se afastassem da zona. Segundo a BBC, uma unidade de minas e armadilhas e um robot deslocaram-se à referida casa para analisar o objecto suspeito.

Porém, horas depois, o perímetro de segurança foi levantado e os moradores puderam regressar a casa. “Como parte de uma busca numa morada em Wigan, um cordão de precaução foi montado enquanto os peritos de minas e armadilhas realizaram uma avaliação depois de ter sido encontrado um objecto potencialmente suspeito”, informou a polícia da Grande Manchester num comunicado divulgado no Twitter.

“O cordão foi agora levantado e os residentes estão a regressar a casa”, acrescentou, informando que “não foi realizada nenhuma explosão controlada”. Contudo, a investigação a esta habitação continua. 

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