Hospitais do Algarve num impasse à espera da criação do Centro Hospitalar Universitário

Assembleia municipal de São Bás de Alportel vai discutir o futuro do Centro de Medicina e Reabilitação do Sul, em risco de encerrar serviços, por falta de técnicos

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VASCO CELIO/STILLS

O Centro de Medicina e Reabilitação (CMR) do Sul – considerado uma instituição de referência na área – continua sem capacidade para responder às solicitações por falta de técnicos. A recente saída de três enfermeiros foi o bastante para colocar em causa o regular funcionamento do internamento. À entrada do Verão, as unidades de saúde pública na região continuam a aguardar pela decisão do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, sobre o modelo de gestão do futuro Centro Hospitalar Universitário do Algarve, que irá integrar o CMR do sul.

A administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) está para cair há mais de dois meses, dando lugar ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) - que passará a ter três polos com autonomia de gestão e financeira: Hospital do Barlavento (Portimão), Hospital de Faro e Centro de Medicina e Reabilitação do Sul, em São Brás de Alportel. O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS), Paulo Morgado, questionado pelo PÚBLICO, esclareceu: “Esta semana deverão ser transferidos por CMR do Sul quatro enfermeiros”. Porém, o presidente da Câmara, Vítor Guerreiro, enfatiza: “Continuamos à espera de uma solução que resolva os problemas de fundo”. O autarca, socialista, acha que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “exige uma solução urgente”. No próximo dia 8 de Junho este é um dos temas previstos na agenda da reunião da assembleia municipal, presidida pelo representante regional da Ordem dos Médicos, Ulisses de Brito

Os social-democratas, em comunicado de imprensa, divulgaram ter conhecimento que o “Centro de Medicina e Reabilitação do Sul se prepara para encerrar o serviço de internamento”. Paulo Morgado nega tal propósito, considerando “alarmista” a informação divulgada. Esta unidade de saúde cobre uma população de 600 mil habitantes – Algarve e Baixo Alentejo.

No passado dia 21 de Março, durante uma visita da comissão parlamentar de saúde, a directora daquela unidade, Arminda Lopes, recebeu palavras de conforto: “Estamos todos [deputados] conscientes das dificuldades que têm enfrentado”. A médica, fisiatra, respondeu: “Desculpem que lhes diga, mas isso é só conversa”. Na altura, Paulo Morgado prometeu que o CHUA seria criado “em breve, dentro de semanas”.

O deputado do PSD, Cristovão Norte, reafirmou nesta terça-feira: “O Centro Hospitalar do Algarve está num impasse, não há liderança das chefias intermédias, e os problemas agravam-se dia-a-dia”. O crónico défice da falta de médicos, enfermeiros, sublinhou, “ao contrário do que foi prometido, não se resolveu – pelo contrário, agravou-se”. 

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