Luso-descendente morreu em protesto na Venezuela

Vítima é um biólogo de 31 anos. Incidente ocorrer em San António de los Altos, 30 quilómetros de Caracas, em manifestação contra Maduro.

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As manifestações a favor e contra Maduro intensificaram-se desde 1 de Abril Reuters/CARLOS GARCIA RAWLINS

Um luso-descendente morreu na Venezuela, durante um protesto contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro, em San António de los Altos, 30 quilómetros a sul de Caracas, confirmaram nesta quinta-feira à Lusa fontes da comunidade portuguesa local.

Segundo as mesmas fontes, o luso-descendente, o biólogo Diego Fernando Arellano Figueiredo, de 31 anos, foi atingido no peito por uma bala de borracha que terá sido disparado pelas forças de segurança, na terça-feira à tarde, quando participava numa manifestação. A vítima foi levada para uma unidade de saúde, onde viria a morrer durante uma intervenção cirúrgica.

O funeral da vítima está previsto para sexta-feira, prevendo-se a presença de familiares da vítima, que residem no estrangeiro.

As investigações à morte estão a ser coordenadas pelo Ministério Público. Segundo a imprensa local, na terça-feira, pelo menos 20 pessoas ficaram feridas com balas de borracha disparadas por efectivos da força de segurança, quando a Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar), reprimiu uma manifestação de protesto, em San António de Los Altos, que durou pelo menos cinco horas.

Os confrontos com a GNB ocorreram quando os manifestantes levantaram barricadas para impedir a circulação para a capital, Caracas. Depois da intervenção, quando a GNB se retirou, a população voltou à rua e realizou uma vigília em homenagem aos feridos.

As manifestações na Venezuela, a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde o passado dia 1 de Abril, depois de o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do Parlamento.

Entre queixas sobre o aumento da repressão, a oposição manifesta-se na rua também contra a convocatória de uma Assembleia Constituinte, feita a 1 de Maio por Nicolás Maduro. Dados oficiais dão conta de que pelo menos 44 pessoas já morreram desde o início da crise.