Depois do Porto, talvez Matosinhos
O PS triplicou-se em Matosinhos: há três candidaturas da área socialista a disputar as eleições autárquicas de 1 de Outubro.
O que acaba de acontecer no Porto pode atingir Matosinhos? O excessivo protagonismo que Manuel Pizarro assumiu, como líder da distrital do PS, em relação ao processo da escolha da candidata socialista à Câmara de Matosinhos pode deitar tudo a perder.
A facção do PS, afecta à concelhia matosinhense, que aprovou o nome de Ernesto Páscoa para liderar a candidatura socialista, nunca aceitou que Pizarro impusesse Luísa Salgueiro como candidata, e os militantes não entendem por que razão a distrital avocou o processo quando havia um candidato aprovado de acordo com os estatutos. E o resultado está à vista: há três candidaturas da área socialista a disputar as eleições autárquicas de 1 de Outubro.
Por diversas vezes, os militantes advertiram a direcção nacional do partido para o que podia acontecer no concelho, que já foi um bastião socialista, mas as investidas dos militantes ficaram sem resposta. Numa carta aberta enviada ao secretário-geral do PS, António Costa, subscrita por mais de duas centenas de militantes, os socialistas insurgiam-se contra a postura da distrital que, no Porto, não foi capaz de apresentar uma candidatura alternativa à do independente Rui Moreira, “mas quis condicionar o processo em Matosinhos”.
Nesta sexta-feira ao PÚBLICO, Manuel Góis, da direcção nacional do partido e membro da concelhia de Matosinhos, primeiro subscritor da carta aberta a António Costa, disse que “o que aconteceu no Porto tem um efeito de contágio em relação a Matosinhos” e que a “candidata que não foi aprovada pela concelhia, o órgão próprio para o fazer.
Considerando que o processo está “inquinado”, Manuel Góis defende que “o processo de escolha do candidato à câmara tem de ser devolvido à concelhia por falta de legitimidade”.