Zanga de Moreira com PS é “arrufo de namorados”, diz Ilda Figueiredo
Candidata da CDU à presidência da Câmara do Porto diz não estar convencida de que os socialistas e Rui Moreira não se entendam.
A candidata da CDU à presidência da Câmara do Porto, Ilda Figueiredo, classificou a decisão do movimento independente de Rui Moreira de prescindir do apoio do PS como um “arrufo de namorados” e diz não estar convencida de que as duas forças não venham ainda a apresentar uma candidatura comum.
“É natural que daqui até às eleições se sucedem alguns arrufos de namorados, até para desviar a atenção de processos bem mais difíceis que se vivem na cidade”, disse a candidata comunista, à margem de uma visita à zona do Bairro do Aleixo. Ilda Figueiredo previu mesmo que “os arrufos de namorados se hão-de multiplicar até às eleições” e justificou: “Esta é uma aliança pouco clara e pouco transparente, entre CDS, PS e Rui Moreira, o que cria dificuldades nas bases, que se repercutem depois na direcção desta coligação espúria”.
Mas isto não quer dizer que os comunistas acreditem que o acordo entre o movimento Rui Moreira: Porto o Nosso Partido e o PS – concretizado durante este mandato, após as eleições, e que deveria prolongar-se num próximo mandato, tendo os socialistas abdicado de apresentar um candidato próprio – tenha chegado ao fim. “Quem é que disse que eles vão concorrer separados? Estamos a falar de um apoio formal, não é de outra coisa que estamos a falar. Por isso, acompanharemos a situação, como todas as pessoas”, disse.
Foi conhecida, na manhã desta sexta-feira, a decisão do movimento independente de Rui Moreira de recusar o apoio do PS a esta candidatura, depois de a secretária-geral-adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, ter dito, numa entrevista ao Observador, que “uma vitória de Rui Moreira [nas eleições autárquicas] era uma vitória do PS”.
O caso está a animar a pré-campanha para as autárquicas na cidade, mas Ilda Figueiredo desvaloriza a importância dos últimos acontecimentos, argumentando: “Pela nossa parte, não vamos deixar que estas questões nos afastem da análise dos problemas graves que a cidade enfrenta. O que se impõe é continuar a ver os problemas da cidade e encontrar respostas, independentemente dos amores e desamores que ocorram”.