Grande chefe Ronaldo sentado nas primeiras páginas dos jornais europeus
Jornais desportivos tentam encontrar palavras para descrever os três golos do português contra o Atlético de Madrid: "Touro sentado", "Amo", "Monstruoso" ou "Fabuloso".
“Grande Chefe Touro Sentado”, “Monstruoso”, “Fabuloso” e outros adjectivos não necessariamente terminados em "oso" – há muito que a imprensa nacional e internacional estava rendida ao “Amo” do Real Madrid e do futebol mundial, mas os três golos que Cristiano Ronaldo marcou na noite de terça-feira na primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões voltou a desafiar a criatividade de quem faz as primeiras páginas.
Em Espanha os elogios ao português quase já não são notícia – mais estranhos são os assobios com que os adeptos do Real Madrid por vezes presenteiam o seu astro, que marcou ontem o golo número 400 vestido de branco, em 389 jogos.
O jornal espanhol Marca põe Ronaldo sentado num dos painéis de publicidade, braços cruzados e um sorriso em direcção às bancadas como que a dizer: Então, palhaços? Agora já não assobiam?
O grande título é “Toro Sentado”, uma alusão ao chefe supremo da nação americana Sioux, que liderou a luta contra o Exército dos homens brancos que iam conquistando o território que se tornou nos Estados Unidos da América – só que o grande chefe do povo Lakota acabou por perder essa luta, pelo que a comparação com Cristiano Ronaldo fica-se pela posição em que foi fotografado após a marcação de um dos três golos que ofereceu ao Atlético de Madrid.
“O português desenvolto”, escreve ainda a Marca na sua primeira página. “Oito golos nos últimos três jogos da Champions. Já soma 400 pelo Real Madrid. Os blancos foram muito superiores a um Atlético que se desmoronou.”
Ainda em Espanha, o jornal As rende-se mais uma vez a Ronaldo, com o avançado do Real Madrid a fazer a festa com o colega Sergio Ramos, enquadrados pelas letras garrafais: “Cristiano é o amo.”
O catalão Mundo Deportivo, muito próximo do FC Barcelona (tal como a Marca é próxima do Real Madrid) também destaca os três golos de Ronaldo, mas faz uma ressalva: “Um hat-trick do português, que começou em fora de jogo, deixa o Atlético dependente de um milagre.”
Ronaldo é ainda destaque na primeira página do italiano La Gazzetta dello Sport, que salienta o “triplete” do avançado do Real Madrid.
Os três diários desportivos portugueses também reservaram as suas primeiras páginas para Cristiano Ronaldo e os três golos que põem praticamente o Real Madrid em mais uma final da Liga dos Campeões.
Para o Record, Ronaldo é “Fabuloso” e a melhor forma de o descrever numa imagem é a já imortal figura de braços estendidos, da garganta a sair um prolongado “Sííííííí!”
“CR7 pode tornar-se no melhor marcador da Champions pelo 5.º ano consecutivo”, salienta o Record. Para isso, terá de marcar pelo menos mais dois golos em um ou dois jogos – se acontecer um descalabro para o Real e o Atlético de Madrid der a volta aos 3-0 da primeira mão, ou se os blancos confirmarem o favoritismo e passarem à final. Seja como for, a estrela do Barcelona, Lionel Messi, marcou 11 golos nos nove jogos que o seu clube fez na actual edição da Liga dos Campeões, e Ronaldo somou terça-feira um total de dez golos até agora.
Na primeira página de A Bola, o português corre como um louco em direcção ao leitor, com a palavra “Monstruoso” a ocupar a capa de um lado ao outro. “Português arrasa no derby e chega aos 104 golos na Champions”, sublinha o jornal, que destaca também um apelo de Ronaldo dirigido aos adeptos do Real Madrid: “Só não quero que me assobiem.”
A terminar, O Jogo sobe a parada e eleva Cristiano Ronaldo ao estatuto de divindade: “O Deus da Champions.” Dominada por uma fotografia em que o português comemora mais um golo com os colegas de equipa, o jornal português espalha feitos pela sua primeira página: “Ronaldo pôs pé e meio noutra final e estraçalhou mais uns quantos recordes”, “Primeiro jogador a marcar dois hat-tricks seguidos nesta fase da prova”, “Oito golos nos últimos três jogos da Liga dos Campeões”, “Primeiro a marcar dez ou mais golos em seis épocas seguidas” e “Batido registo de Di Stefano nas meias-finais: 13 golos contra 11”.