Termo de identidade e residência para dono de cão que atacou criança em Matosinhos

À saída do tribunal, o advogado de defesa, João Macedo, referiu apenas que o processo está em segredo de justiça.

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Paulo Pimenta/Arquivo

O dono do cão de raça rottweiler que na terça-feira atacou uma criança de quatro anos em Matosinhos ficou sujeito a termo de identidade e residência, tendo o processo baixado a inquérito, decidiu o Ministério Público.

À saída do tribunal, o advogado de defesa, João Macedo, referiu apenas que o processo está em segredo de justiça.

Na terça-feira, uma criança de quatro anos foi atacada por um cão de raça rottweiler, em Matosinhos, tendo sido transportada para o Hospital de S. João, no Porto, e submetida a uma cirurgia, encontrando-se estável.

Segundo fonte da PSP do Porto, o dono do animal estaria a passear o rottweiler sem trela e sem açaime, tendo sido chamado à atenção por transeuntes.

A PSP informou na terça-feira que o dono do animal está indiciado por três crimes: ofensas à integridade física (por agressões ao pai da criança), ofensas à integridade física por negligência (por não ter o animal devidamente açaimado e com trela) e omissão de auxílio.

O homem abandonou o local após o ataque, que ocorreu nas imediações da igreja de Padrão da Légua, em Leça do Balio, Matosinhos, por volta das 9h30 da manhã. A criança, uma menina de quatro anos, estava com o pai no exterior da capela mortuária – onde a família fora assistir a um velório – quando Márcio passou com o seu rottweiler sem açaime nem trela, ao contrário do que determina a lei aplicável a animais potencialmente perigosos. Após a primeira investida do cão contra a menina, o pai desta terá fotografado o proprietário do animal, o que levou o dono do animal a tentar tirar-lhe o telemóvel. Foi quando o cão voltou a atacar a criança, provocando-lhe ferimentos no couro cabeludo que obrigariam a uma intervenção cirúrgica, no Hospital de S. João, no Porto. De seguida, o dono do animal abandonou o local e, segundo a PSP, dirigiu-se a casa onde mudou de roupa. Viria a ser interceptado pela PSP de Matosinhos poucas horas depois. 

Além dos ferimentos na cabeça, a criança ficou magoada num braço e numa mão. E a sua mãe, que entretanto chegou e tentou socorrer a criança, ficou igualmente ferida num braço, mas teve alta hospitalar para poder acompanhar a filha. "A minha mulher teve alta hospitalar só para estar junto da menina, mas tem um dreno no braço e poderá ter de ser operada, depende da evolução", afirmou Paulo Fernandes, pai da criança, citado pela agência Lusa. 

Quanto à criança, internada no Hospital de S. João, no Porto, o pai explicou que está consciente, estável e não corre perigo de vida, mas perdeu "muito couro cabeludo", prevendo-se uma recuperação lenta. "Ela sempre esteve consciente, lembra-se de tudo, sabe tudo o que aconteceu", referiu.