Benfica lidou melhor com as lesões
“Encarnados” arrancaram a prova com muitos casos clínicos, mas souberam encontrar soluções no plantel. O Sporting sofreu e comprometeu com a falta de Adrien
Se houve um candidato ao título, esta temporada, obrigado constantemente a reinventar-se devido a lesões, foi o Benfica. Uma "epidemia" de casos clínicos assolou a equipa desde o início do campeonato, mas os efeitos em termos de resultados não foram tão nefastos como aqueles que se verificaram com o Sporting. É verdade que os casos de foro médico foram pontuais para os “leões”, mas as duas situações que envolveram o capitão Adrien trouxeram dissabores a Jorge Jesus, face às enormes dificuldades em colmatar a falta do internacional português no “onze”.
A primeira lesão do médio sportinguista foi particularmente dramática para a equipa, com efeitos práticos nas várias frentes competitivas. Ausente da equipa no mês de Outubro do ano passado, depois de se ter lesionado na partida frente ao Vitória de Guimarães (aos 36’), no Minho, relativa à sétima jornada do campeonato (3-3), os problemas surgiram quase imediatamente e logo nesse mesmo encontro, onde os lisboetas deixaram incrivelmente evaporar uma vantagem de três golos.
Até o jogador regressar à equipa, a 2 de Novembro, o conjunto de Jorge Jesus apenas festejou um triunfo, frente ao Famalicão, para a Taça de Portugal. De resto, averbaram uma derrota caseira com o Borussia de Dortmund, para a fase de grupos da Liga dos Campeões, e dois empates consecutivos no campeonato, com o Tondela (oitava ronda) e Nacional (nona).
Menos gravosa foi a segunda lesão de Adrien, contraída durante a partida com o Rio Ave (triunfo por 1-0) na 22.ª jornada da Liga, a 18 de Fevereiro. Nesta fase, os “leões” sofreram apenas um empate (Vitória de Guimarães, na 24.ª ronda), registando cinco triunfos até o capitão voltar à titularidade, na última partida com o Vitória de Setúbal.
Já no caso do Benfica, quem olhasse para a ficha clínica na primeira fase do campeonato, anteciparia problemas ao nível da performance desportiva. Logo a arrancar a época, surgiu a complicada lesão de Jonas, que foi operado ao pé direito em Agosto. O avançado brasileiro, que foi o máximo goleador do campeonato na temporada anterior, com 32 golos, parecia insubstituível no ataque “encarnado”. Mas, a realidade é que Rui Vitória foi encontrando alternativas no plantel, apesar e os golos continuaram a aparecer ainda que em menor cadência do que era habitual.
Para além do brasileiro, que regressou à titularidade já em Janeiro deste ano, o departamento clínico benfiquista teve que lidar com muitos outros casos, alguns envolvendo titulares indiscutíveis, como foram, por exemplo, os casos de Grimaldo (que foi sendo rendido por Eliseu e André Almeida, que nunca fizeram esquecer o lateral esquerdo espanhol), de Rafa Silva, Salvio e Fejsa.
É verdade que a equipa sofreu algumas escorregadelas ao longo da prova, mas sempre em número inferior aos seus principais adversários, nunca perdendo o comando da prova, que assumiu desde a quinta jornada.