Sarampo: bebés com menos de um ano só são vacinados antes se tiverem receita médica

Centros de Saúde estão a receber muitos pedidos de pais para antecipar vacinas, mas a Direcção-Geral da Saúde esclarece que antecipação só se justifica em casos excepcionais.

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A vacina é dada na primeira dose aos 12 meses Adelaide Carneiro

Com os centros de saúde a serem inundados de pedidos de pais que querem vacinar os seus filhos antes dos 12 meses, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) esclareceu que só as crianças entre os seis meses e um ano "em situações excepcionais" e que tiverem receita médica em papel terão acesso a este fármaco.

A vacina combinada que inclui a do sarampo e é dada na primeira dose aos 12 meses e, na segunda dose, aos cinco anos, apenas poderá ser poderá ser antecipada “mediante prescrição médica em suporte de papel, como previsto, em situações especiais, no Programa Nacional de Vacinação (PNV)”, esclarece a DGS numa orientação emitida nesta quinta-feira.

Em apresentação trivalente (contra o sarampo, papeira e rubeóla), a vacina “deve estar acessível em todos os pontos de vacinação do país” e deve ser administrada “sem bloqueios administrativos e sem qualquer pagamento por parte do utente, como definido" no PNV, sublinha ainda a DGS.

Estas são as regras a seguir pelas  “equipas de todos os pontos de vacinação”, esclarece. Uma fonte da DGS confirmou ao PÚBLICO que os centros de saúde estão a receber muitos pedidos de pais que pedem para que a vacinação seja antecipada. Mas esta possibilidade apenas está prevista nos casos de crianças que tenham tido contacto com um doente em fase de contágio ou que sofram de determinadas patologias. 

A DGS já tinha recomendado numa orientação anterior que a prescrição destas vacinas deve ser “devidamente ponderada” pelo médico, “tendo em consideração a situação clínica e epidemiológica em cada momento e em particular em situações de pós-exposição”. A autoridade de saúde recordava também que a vacina administrada antes dos 12 meses não é considerada válida em termos de calendário vacinal e que os menores   que tenham antecipado a inoculação devem ser revacinados quando fizerem um ano, respeitando o intervalo mínimo de quatro semanas entre doses.

A nova orientação da DGS surge depois de, na quarta-feira, uma adolescente com sarampo e não vacinada ter morrido com uma pneumonia bilateral, em Lisboa. Portugal regista actualmente um surto de sarampo que já infectou pelo menos 21 pessoas.

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