Sarampo: quem não sabe do boletim de vacinas pode pedir um no centro de saúde
Basta ir ao centro de saúde mas registos podem não estar actualizados. Se não sabe se teve sarampo, pode fazer um teste.
Para todos aqueles que perderam o boletim de vacinas e ignoram se foram ou não vacinados contra o sarampo, a solução é ir ao respetivo centro de saúde pedir um novo documento. Os registos mais antigos podem, porém, não aparecer ou não ser fidedignos, diz Luís Varandas, da Comissão de Vacinas da Sociedade de Infecciologia Pediátrica da Sociedade Portuguesa de Pediatria. Nesse caso, se quiser mesmo tirar dúvidas, é sempre possível fazer um teste serológico para perceber se tem anticorpos.
O centro de Saúde onde primeiro os utentes receberam o respectivo boletim de vacinas têm o registo da vacinação dos utentes, inicialmente recolhido em papel e mais tarde em suporte informático, explicou à agência Lusa Teresa Fernandes, da Direção de Serviços da Prevenção e Promoção da Saúde da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
No caso dos utentes mudarem de centro de saúde, a nova unidade deve solicitar àquela onde as vacinas foram administradas a informação sobre a atividade vacinal do utente.
21 casos confirmados
Em relação ao sarampo, doença que regista um surto epidémico em Portugal, onde 21 pessoas estão confirmadas como infectadas com o vírus, Teresa Fernandes esclareceu que as pessoas que nasceram antes de 1970 estão inoculadas, pois tiveram sarampo ou contacto com a doença.
Os nascidos após 1970, e para os casos de utentes que não tiveram a doença e não receberam ainda a vacina, é recomendada a vacinação, adiantou Teresa Fernandes, que pertence à equipa de coordenação do Programa Nacional de Vacinação.
O Boletim Individual de Saúde -- Registo de Vacinações, conhecido como boletim de vacinas, assinala todas as vacinas administradas desde o nascimento da pessoa. Na altura do nascimento de uma criança é entregue aos pais juntamente com o Boletim de Saúde Infantil e Juvenil que se destina ao registo dos factos mais importantes relacionados com a saúde da criança e do jovem.
Até ao final do ano, os boletins de vacinas vão passar a ser digitais para a globalidade da população, o que permitirá o registo eletrónico e possibilitará a qualquer médico aceder à vacinação de um utente em todo o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Profissionais de saúde precisam de duas doses
Quanto aos profissionais de saúde e as pessoas que transportam doentes, como os bombeiros, devem fazer duas doses de vacina contra o sarampo porque estão mais expostas a um eventual contágio, e essa indicação já existe há muito tempo, recorda a médica e consultora da Direcção-Geral da Saúde Paula Valente. Já as pessoas com entre 43 e 27 anos, que fizeram apenas uma dose da vacina (porque só a partir de 1990 se começou a vacinar com duas doses as crianças em Portugal), apenas devem ser revacinadas se tiverem tido contacto com um doente, explica.
A recomendação de vacinação com duas doses existe, mas os profissionais de saúde "não são habitualmente os melhores doentes", corrobora Luís Varandas. O que a DGS recomenda agora é a vacinação dos contactos próximos de doentes e a antecipação da vacinação em bebés a partir dos seis meses apenas está prevista se tiverem estado próximo de pacientes. As pessoas que foram inoculadas com uma dose, em caso de contágio, normalmente têm casos leves da doença e essa é a grande vantagem da vacina, nota o especialista. "Mas nada é 100% eficaz", frisa.
com Lusa