Vacinação contra hepatite A deve ser feita até duas semanas após contacto

Pessoas que mantenham contacto com doentes de hepatite A devem ser vacinadas até duas semanas após o último contacto, recomenda a Direcção-Geral da Saúde.

Foto
Paulo Ricca

As pessoas que vivem ou têm contacto sexual com doentes com hepatite A devem ser vacinadas até duas semanas após o último contacto, segunda nova norma da Direção-Geral da Saúde sobre o surto que em Portugal regista 160 casos. 

As vacinas da hepatite A administradas no âmbito deste surto passam a ser gratuitas e com isenção de taxas moderadoras.

"São elegíveis para vacinação os contactos de pessoas com hepatite A (co-habitantes e contactos sexuais) que deverão ser vacinados até duas semanas após a última exposição", recomenda a Direcção-Geral da Saúde (DGS). Após as duas semanas a vacina deixa de ser recomendada.

Também são elegíveis para vacinação homens que praticam sexo anal ou oro-anal com outros homens e que se deslocam ou vivem em locais afectados pelo actual surto. Quanto aos viajantes com destino a países endémicos para a hepatite A, só são elegíveis para vacinação a título excecional, devendo o médico prescritor da vacina contactar previamente a DGS.

No caso dos homens que têm sexo anal e oro-anal com outros homens deve ser administrada uma dose única de vacina em formulação pediátrica. Mesmo quem tenham prescrição médica para a vacina de adulto devem ser vacinados com dose única da vacina pediátrica, sem necessidade de nova receita.

Em relação aos contactos próximos (que habitam ou têm relações sexuais) com doentes com hepatite A, deve ser dada dose única da vacina em formulação adequada à idade de cada pessoa.

No caso de ter sido ultrapassado o limite de duas semanas a seguir à exposição ou ao contacto com a pessoa com hepatite A, a vacina não está indicada. A DGS aconselha então os utentes a estarem vigilantes relativamente a eventuais sintomas e a reforçar medidas para evitar a transmissão.

Cabe preferencialmente ao médico que identificou a infecção identificar os contactos e prescrever a vacina.

A DGS frisa que não são administradas a ninguém segundas doses de vacinas: "os cidadãos a quem tiver sido administrada uma dose da vacina contra a hepatite A no decurso da sua vida devem ser tranquilizados e informados que uma dose permite a eficácia desejada".

É ainda recomendado aos médicos que avaliem criteriosamente a decisão de vacinar pessoas com mais de 55 anos, exceto se forem portadores de doença hepática.

Caberá a cada Administração Regional de Saúde e às secretarias regionais das Regiões Autónomas informar sobre os locais de vacinação em cada região. Os sites destas instituições e da DGS devem também divulgar esta informação.

Em Portugal, do início do ano até agora foram notificados 160 casos de hepatite A, cerca de metade dos quais foram internados. Do total de doentes, 93% são adultos jovens do sexo masculino e principalmente residentes na área de Lisboa e Vale do Tejo.