Ranking de universidades "jovens": nunca houve tantas portuguesas entre as melhores
Universidade da Beira Interior e ISCTE juntam-se às universidades Nova de Lisboa, do Minho e de Aveiro no ranking do Times Higher Education que analisa desempenho de instituições com menos de 50 anos.
Portugal tem cinco instituições de ensino entre as 200 melhores do mundo, segundo o ranking de universidades "jovens" publicado nesta quarta-feira pelo Times Higher Education (THE). Às universidades de Aveiro, Minho e Nova de Lisboa, que estão desde 2013 nesta lista que analisa o desempenho de instituições com menos de 50 anos, juntam-se, pela primeira vez, a Universidade da Beira Interior, com sede na Covilhã, e o ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.
As universidades que se estreiam neste ranking aparecem entre as posições número 101 e 150. A lista do THE apenas indica o lugar exacto das instituições até à 100.ª posição, a partir da qual estas são classificadas por grandes intervalos, sem hierarquia.
“Estas são excelentes notícias para Portugal”, diz a jornalista do THE, Ellie Bothwell. A entrada de duas novas representantes, num ano em que este ranking passou a avaliar mais instituições a nível global, pelo que a concorrência cresceu, é classificada por Bothwell como “um grande sucesso” do país.
Tal como ISCTE e Universidade da Beira Interior, a Universidade do Minho e a Universidade Nova de Lisboa, que surgem no ranking do THE desde 2013, estão no intervalo 101-150. As duas instituições, que até ao ano passado tinham sempre estado acima do lugar número 100, mantêm a mesma posição face a 2016.
No topo das cem melhores do mundo, de acordo com a lista divulgada ao início da tarde desta quarta-feira, há uma única instituição portuguesa. É a Universidade de Aveiro, que consegue inclusivamente melhorar a sua prestação face ao ano passado, passando da 83.ª para a 81.ª posição. Este sucesso deveu-se, sobretudo, a “melhorias no seu ambiente de ensino”, refere Ellie Bothwell do THE.
A primeira está na Suíça
Esta é o sexto ano de publicação da avaliação do THE que este ano passou a incluir 200 em lugar de 150 universidades. Esta tabela usa os mesmos 13 indicadores do ranking mundial global de universidades editado pela mesma publicação especializada, entre os quais se incluem a qualidade do ensino e da investigação, as citações dos artigos científicos produzidos pelos professores daquela universidade, a sua relação com a indústria ou a reputação internacional.
A nível global, a liderança é da Escola Politécnica Federal de Lausanne, da Suíça, pelo terceiro ano consecutivo. Nos outros dois lugares do pódio há uma inversão face ao ano passado: a Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong sobe ao 2.º lugar, deixando a Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, em 3.º.
Os países asiáticos dominam as primeiras posições. Nos 30 primeiros postos, há mais duas representantes de Hong Kong (Universidade da Cidade de Hong Kong, em 7.º, e Universidade Politécnica de Hong Kong, em 20.º) e três representantes da Coreia do Sul: Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang (4.º), o KAIST – Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia (5.º) e Instituto de Ciência e Tecnologia de Gwangju (26.º).
Ainda assim, são os países europeus os mais representados nesta lista, totalizando 110 das 200 instituições listadas e 22 dos 48 países que merecem referência. Há 27 universidades do Reino Unido na lista, enquanto França, Espanha, Alemanha e Itália têm 16, 15, 11 e 10 representantes, respectivamente.
A jornalista do THE deixa um alerta: o sucesso de Portugal neste ranking tem os dias contados. E o problema não tem a ver com a qualidade do seu trabalho, simplesmente com a sua idade. Das cinco instituições que agora aparecem no ranking, a mais jovem é a Universidade da Beira Interior, com 38 anos. Ou seja, dentro de sete deixa de ser avaliada nesta lista particular. O ISCTE, fundado em 1972, é a “mais velha” das cinco instituições.