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Mais de metade dos idosos sinalizados pela GNR vivem sozinhos

Dados recolhidos pela GNR durante o mês de Março confirmam crescimento de situações de isolamento na população sénior.

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A GNR sinalizou situações mais vulneráveis Paulo Pimenta/Arquivo

O país está a envelhecer e com o envelhecimento aumentam o número de idosos a viver sozinhos ou isolados. Os dados mais actualizados foram conhecidos esta terça-feira, através da Operação Censos Sénior 2017 da GNR. De acordo com os números recolhidos, foram identificados 45.516 idosos, mais 2194 que no último ano. Destes, 28.279 estão a viver sozinhos, mais de metade do total da população idosa sinalizada. Por comparação, em 2016, por exemplo, viviam sozinhos 26.000 idosos.  A Operação Censos Sénior 2017 decorreu durante todo o mês de Março, em todo o território nacional.

Em Portugal, de acordo com os números do portal Pordata, existem actualmente 2,1 milhões de pessoas com 65 ou mais anos de idade.

Além dos idosos a viverem sozinhos, a GNR registou também mais de cinco mil situações de isolamento. Este estudo revelou ainda que 3521 idosos não só vivem sozinhos, como estão também isolados do resto da população.

De acordo com os dados recolhidos, a população idosa é maioritariamente constituída por mulheres (30.172 idosas e 15.344 idosos), e são também as mulheres que compõem a larga fatia da população idosa a viver sozinha. Dos 28.279 casos de idosos a viverem sozinhos sinalizados, 21.143 são mulheres.

Distrito da Guarda é o que tem mais idosos

A GNR destaca ainda 8592 casos de idosos que não se enquadram nas classificações anteriores, mas que estão em situação de vulnerabilidade, devido a limitações físicas e/ou psicológicas. Guarda é o distrito com mais idosos sinalizados (3932), sendo também o distrito com mais idosos a viverem sozinhos. Seguem-se os distritos de Viseu (3930), Beja (3846) e Vila Real (3827).

Na mesma operação, mas em 2015, a GNR havia sinalizado 39.216 idosos, dos quais 23.996 viviam sozinhos, 5205 viviam isolados e 3288 viviam sozinhos e isolados. Outros 6727 idosos não estavam enquadrados nas situações anteriores, mas encontravam-se em situação de vulnerabilidade fruto de limitações físicas e/ou psicológicas. 

A primeira edição da Operação Censos Sénior foi realizada em 2011, ano em que se multiplicaram na comunicação social as notícias sobre idosos que morrem em casa sozinhos. Apontava-se também na altura a falta de dados estatísticos sobre a dimensão deste fenómeno. Desde então que “têm sido sinalizados cada vez mais idosos a viverem sozinhos e/ou isolados ou em situações de vulnerabilidade”, escreve a GNR em comunicado. A sua identificação não significa necessariamente, contudo, um aumento do número de idosos nestas situações, mas poderão ser o reflexo de uma sinalização mais eficiente.

A identificação geográfica visa tornar mais eficazes as acções de patrulhamento e a vigilância dos militares da GNR, sinalizando e acelerando a resposta a casos urgentes.

Sinalização para apoio social

O comunicado da GNR sublinha ainda que “as situações de maior vulnerabilidade foram reportadas às entidades competentes, sobretudo de apoio social, no sentido de fazer o seu acompanhamento futuro”.

“A GNR continuará, ao longo do ano, a acompanhar os idosos sinalizados, através de visitas regulares às suas residências, no sentido de realizar mais acções de sensibilização e fazer uma avaliação da sua segurança”, concluem as autoridades portuguesas.

Durante esta operação foram ainda realizadas diversas acções de sensibilização para que a população adopte comportamentos de segurança que permitam reduzir o risco de se tornarem vítimas de crimes, com especial enfoque na divulgação de conselhos de segurança relativamente à entrada em circulação da nova nota de 50 euros, da série “Europa”.

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