PSD: decisão sobre o Novo Banco é uma má decisão
Luís Montenegro afirma que decisão desta sexta-feira "vem na sequência de um processo de desvalorização do Novo Banco".
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, considerou esta sexta-feora que a venda do Novo Banco anunciada pelo Banco de Portugal é uma má decisão, que ocorre depois de um processo de desvalorização daquela instituição bancária.
"A decisão de hoje não é uma boa decisão, é uma má decisão. Vem na sequência de um processo de desvalorização do Novo Banco, que, entre outras coisas, teve o contributo do Ministro das Finanças quando, por mais de uma vez, acenou com a possibilidade da nacionalização ou mesmo da liquidação do banco", afirmou Luís Montenegro.
Para Luís Montenegro, aquilo não só foi prejudicial, como o "Governo veio hoje reconhecer que isso teria custos que eram incomportáveis". A norte-americana Lone Star vai realizar injecções de capital no Novo Banco no montante total de 1000 milhões de euros, dos quais 750 milhões de euros logo no fecho a operação e 250 milhões de euros até 2020.
"Por via da injecção de capital a realizar, a Lone Star passará a deter 75% do capital social do Novo Banco e o Fundo de Resolução manterá 25% do capital", informou hoje o Banco de Portugal. Segundo Luís Montenegro, aquela má decisão só aconteceu porque o Governo deveria ter "acordado mais cedo" para a "necessidade de se proceder a uma venda integral do Novo Banco". "A venda que hoje foi anunciada é uma venda parcial e ainda por cima acarreta a possibilidade de os contribuintes puderem ter de assumir parte dos custos que estão associados a um processo de capitalização futura do Novo Banco", afirmou.
O Novo Banco é o banco de transição que ficou com os activos menos problemáticos do Banco Espírito Santo (BES), alvo de uma intervenção das autoridades em 03 de Agosto de 2014, e que estava em processo de venda. Desde Fevereiro que o Governo estava a negociar a venda do Novo Banco em exclusivo com o fundo norte-americano Lone Star.
O fundo norte-americano passou para a frente nas negociações depois de, no final de 2016, ter sido noticiado que, entre os concorrentes, o fundo chinês Minsheng tinha a melhor proposta financeira, mas não apresentou provas de que conseguiria pagar o montante oferecido, devido às restrições de movimentação de divisas na China.
O Lone Star Funds foi fundado em 1995 e investe nos sectores financeiro e no imobiliário. Em Portugal, tem um investimento em Vilamoura.