Santos Silva confirma processo disciplinar a embaixador português na NATO

Os advogados do embaixador negaram as acusações.

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Santos Silva remeteu mais comentários para o final dos inquéritos internos que decorrem Enric Vives-Rubio/Arquivo

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, confirmou quarta-feira à noite no Brasil que o embaixador Luiz Almeida Sampaio, representante de Portugal na NATO, está a ser alvo de um processo administrativo.

"Confirmo que há um processo disciplinar em curso no Ministério dos Negócios Estrangeiros por inspecção diplomática. Este processo destina-se a averiguar se sim ou não houve irregularidades", disse à Lusa o ministro. Na quarta-feira, o Correio da Manhã noticiou que o diplomata estava a ser investigado por suspeitas de desvio de 400 mil euros quando era embaixador em Berlim.

Em declarações à Lusa, o ministro remeteu mais comentários sobre o caso para depois dos procedimentos internos. "O processo está em curso. Antes de ser concluído eu não falo sobre este processo", afirmou o ministro português após um encontro com o seu homólogo brasileiro, Aloysio Nunes, em Brasília.

"Quando nós abrimos um processo disciplinar é porque há suspeitas de incumprimento de deveres por parte do funcionário. Os factos são averiguados, as pessoas são ouvidas, ou juízes trabalham e no fim o ministro irá tomar uma decisão", acrescentou.

Esta quarta-feira, os advogados do embaixador negaram as acusações de "qualquer desvio ou apropriação indevida de fundos públicos".

Numa mensagem enviada à Lusa, os advogados do diplomata Luís de Almeida Sampaio afirmam que "as acusações respeitam a irregularidades formais e eventuais erros de contabilização, sem que tenha havido, contrariamente ao noticiado, qualquer desvio ou apropriação indevida de fundos públicos".

Almeida Sampaio, actual representante permanente de Portugal junto da NATO, foi eleito "diplomata económico do ano", em 2014, pelo seu trabalho na embaixada na Alemanha, um prémio atribuído pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa e pela Confederação Internacional dos Empresários Portugueses.

Como o PÚBLICO noticiou, o embaixador tem um mês para contestar as acusações, originadas por uma denúncia interna.