A aceleração da economia portuguesa iniciada no ano passado e prevista para este ano deverá colocar a taxa de desemprego a um nível inferior a 10% no final de 2017, superando as próprias previsões do Governo.

A estimativa mais positiva foi apresentada esta quarta-feira pelo Banco de Portugal, no relatório em que actualiza as suas projecções para a economia portuguesa no período de 2017 a 2019. De acordo com a entidade liderada por Carlos Costa, a taxa de desemprego deverá manter nos próximos anos uma trajectória descendente e cair de 11,1% no ano passado para 9,9% em 2017.

A confirmar-se este resultado, será a primeira vez desde 2009 que este indicador se situa abaixo dos 10%. Para 2018, o banco central aponta para uma taxa de desemprego de 9% e em 2019 para 7,9%.

No Orçamento do Estado para 2017, o Governo, apesar de prever a continuação de uma trajectória descendente no desemprego, ainda mantinha uma previsão para 2017 superior a 10%, deixando para 2018 o momento em que se conseguiria baixar esta barreira.

A grande explicação para a projecção mais positiva do Banco de Portugal está no facto de esta entidade, face aos resultados mais recentes, ser agora a que aponta para um aumento mais acentuado da actividade económica no país, prevendo um crescimento de 1,8% em 2017, contra os 1,5% projectados pelo Governo em Outubro.

Para além deste efeito positivo do crescimento no desemprego, há ainda o facto de a recuperação da actividade económica estar a ser feita em sectores que criam mais empregos, como por exemplo o turismo.

De acordo com o Banco de Portugal, irá registar-se em 2017 um crescimento do emprego de 1,6%, uma revisão em alta face à sua previsão de Dezembro que era apenas de 1%.