Exército iraquiano suspende ofensiva em Mossul
Há dúvidas sobre a autoria do ataque que, na semana passada, matou mais de 150 civis. Já foram retirados 61 corpos dos escombro.
As forças governamentais iraquianas suspenderam a ofensiva para recuperar a zona Oeste de Mossul, que está sob controlo dos jihadistas do Daesh, na sequência da morte de mais de 150 civis num só bombardeamentos, que está a ser investigado.
O ataque no bairro de Jadida foi um dos mais mortíferos para os civis desde a invasão do Iraque pelos EUA, em 2013. Dos edifícios atingidos continuam a ser retirados corpos (61 já foram resgatados dos escombros).
Um ataque na zona, na semana passada, foi conduzido pela coligação liderada pelos Estados Unidos, que estão a investigar se foram as bombas que lançaram que mataram os civis. Aviões britânicos também participaram na operação, avança o jornal The Guardian. "Sabemos que há [civis] mortos e apoiamos a investigação em curso", disse um porta-voz citado pelo Guardian.
Do lado iraquiano, porém, punha-se em dúvida esta possibilidade. Este domingo, os militares iraquianos diziam que estavam a retirar corpos de edifícios que tinham sido armadilhado pelos jihadistas.
O comando militar iraquiano afirma que testemunhas no local disseram a elementos do exército que os jihadistas tinham forçado população local a entrar em sótãos de modo a funcionarem como escudos humanos. Militantes do Daesh também dispararam sobre militares a partir dessas casas.
O que é certo é que a ofensiva para tomar o resto de Mossul ao Daesh foi suspensa. "O número recente de mortos forçaram-nos a suspender as operações para revermos os nosso planos", disse um porta-voz da polícia federal do Iraque, citado pela Reuters.
O número de mortes nesta parte da cidade estava a subir. Na zona Oeste de Mossul estão 400 mil pessoas.
Segundo o Observatório Iraquiano dos Direitos Humanos, desde o início da nova campanha na zona Oeste de Mossul, a 19 de Fevereiro, relatos não oficiais dão conta da morte de cerca de 700 civis em ataques levados a cabo pelas forças governamentais, pela coligação internacional e em acções do Daesh.