Montepio tem um mês para apresentar novo nome
Banco de Portugal estabeleceu prazo para separação entre Caixa Económica e Associação Mutualista. Transformação em Sociedade Anónima também avança.
O Montepio Geral tem um mês para apresentar uma proposta de novo nome comercial. O prazo foi dado pelo Banco de Portugal e faz parte do plano para proteger o banco de eventuais problemas nas aplicações financeiras da Associação Mutualista Montepio, que é a sua dona. O regulador também acelerou a transformação em Sociedade Anónima do banco. Na próxima semana, a administração deverá anunciar novamente resultados líquidos negativos no último ano.
A separação entre a Associação Mutualista e o banco Montepio já tinha sido apontada como medida para evitar as possibilidades de contágio entre problemas com as aplicações financeiras da proprietária e os clientes do banco. A iminência dessa solução tinha, de resto, sido admitida pelo presidente do Montepio, Félix Morgado, numa entrevista na semana passada.
Segundo noticia o semanário Expresso na sua edição deste sábado, o Banco de Portugal decidiu acelerar essa transformação e estabeleceu um calendário para que ela aconteça. A administração do banco tem um mês para apresentar um projecto de alteração do nome do Montepio Geral. A nova marca terá que estar no terreno até ao final do ano.
Fonte do regulador afirma àquele jornal que a confusão existente entre os clientes torna “fundamental a mudança da marca” para tornar clara a separação entre as duas organizações. A intenção passa, sobretudo, por afastar o banco de riscos de reputação caso haja problemas em resgates de produtos financeiros de clientes da Mútua.
Esta separação vai sentir-se também ao nível dos clientes: o Banco de Portugal quer uma linha bem definida entre quem é apenas cliente do banco e quem tem produtos financeiros da Mutualista.
O regulador e o Montepio terão também chegado a acordo sobre a forma como será feita a sua do banco em Sociedade Anónima. A Mútua queria que a entrada de novos accionistas no banco ficasse reservada aos seus próprios associados, algo que o Banco de Portugal não aceitou. Ainda assim, em caso de necessidade de aumento de capital, o tipo de novos accionistas será limitado. Ou seja, quem tenha uma missão comercial não pode investir no Montepio, ficando essa possibilidade fechada apenas a instituições de carácter social. Esta prerrogativa está prevista na lei para instituições que, como o Montepio, têm o estatuto de caixa económica.
O Expresso avança ainda que o banco vai apresentar prejuízos de 80 milhões de euros quando, na próxima semana, apresentar as contas de 2016. Uma redução de dois terços face a 2015, quando o banco apresentou resultados líquidos negativos de 243 milhões de euros.