A hora muda no domingo. Veja algumas dicas para se adaptar
A partir da próxima segunda-feira, vai ser possível apreciar o sol depois do trabalho. Os dias ficam maiores, mas nem tudo é positivo.
Para quem não gosta de dias pequenos, a hora chegou (ou vai chegar). Na madrugada de sábado para domingo, dia 26 de Março, os relógios em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira têm que ser adiantados 60 minutos à 1h. Os Açores também não escapam e a meia-noite traz a mudança para o horário de Verão.
Este salto que dá voltas a muitas cabeças foi adoptado pela primeira vez na Alemanha, em plena Primeira Guerra Mundial. Assim, a 30 de Abril de 1916 os relógios foram adiantados pela primeira vez. Segundo o Observatório Astronómico de Lisboa, a medida foi introduzida "como tentativa de minimizar o uso de iluminação artificial a fim de economizar combustível para o esforço da guerra". Desde então, à excepção dos anos de 1922, 1923, 1925, 1930 e 1933, Portugal adoptou o horário de Verão e de Inverno, onde o inverso acontece e se recuam os ponteiros 60 minutos.
Questionado pelo PÚBLICO, o presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono, Miguel Meira e Cruz, acredita que estas mudanças horárias têm um impacto negativo na saúde. “A genética existe para determinar factores e, à custa de um ‘capricho’, a mudança de hora causa perturbações no relógio biológico que, por sua vez, podem causar danos graves”, disse. “É uma questão preocupante.”
Miguel Meira e Cruz defende ainda que a hora extra de sono oferecida pelo horário de Verão é uma ilusão. Segundo o especialista do sono, “vários estudos já confirmaram que essa hora raramente é utilizada para dormir”.
Para Miguel Meira e Cruz, as consequências da mudança de hora são especialmente sentidas em certos grupos de pessoas, nomeadamente indivíduos com doenças cardiovasculares, doentes com certas doenças psiquiátricas e doentes com perturbações circadiárias, como, por exemplo ,quem tem perturbações do sono.
“Sou da opinião que nada evita as consequências negativas, mas podemos fazer coisas para tentar melhorar ligeiramente essas perturbações”, afirma ainda Miguel Meira e Cruz. O jornal diário espanhol ABC dá dicas para uma melhor adaptação às voltas do relógio e a essa lista o presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono acrescentou mais três sugestões. As medidas consistem essencialmente em tentar manter a rotina após a mudança de hora, o que em ocasiões como o jantar significa fazer a refeição mais cedo, e comer alimentos ricos em vitamina C, magnésio e triptofano.
Dicas para melhor enfrentar a mudança de hora
- Acordar mais cedo do que o habitual no domingo
- Tomar vitamina C (morangos, kiwis ou laranjas) ou magnésio (bananas, nozes, avelãs, entre outros frutos secos)
- Comer alimentos com triptofano (legumes, nozes, carne ou aveia)
- Jantar mais cedo
- Praticar exercício físico mais cedo
- Estar mais tempo à luz solar às primeiras horas da manhã nos dias que antecedem a mudança horária
- Deitar mais cedo
Texto editado por Hugo Daniel Sousa