Tréguas e união no PSD-Lisboa em torno de Teresa Leal Coelho
Vice-presidente do partido foi confirmada oficialmente pela distrital este domingo à tarde. PSD ainda estuda Loures, Odivelas e Oeiras e não tem "dogmas nem preconceitos" sobre apoio a Paulo Vistas.
Tanto a concelhia como a distrital do PSD-Lisboa deram um sinal de tréguas e de união em torno da candidata (agora oficial) do partido à Câmara Municipal de Lisboa. “Agora vamos combater ao lado de Teresa Leal Coelho”, afirmou ao PÚBLICO o líder da concelhia, Mauro Xavier, apesar de ser pública a discordância sobre a exclusão daquela estrutura do processo de escolha.
A vice-presidente do partido e deputada foi ontem confirmada pela comissão política distrital alargada por esmagadora maioria: 23 votos, dois brancos e um contra. Mauro Xavier disse ter votado a favor (e mostrado o seu boletim de voto), apesar de ter afirmado na reunião que discordou do processo de escolha ao ter sabido o nome da candidata “pela comunicação social” e “não pelos órgãos próprios”. Mas, assegurou, “isso está morto hoje [ontem]”.
Ainda sem data marcada, o líder da concelhia garantiu que entregará o programa coordenado por José Eduardo Martins à candidata. “Ainda é cedo para isso; o PS ainda nem assumiu que Fernando Medina será o candidato”, afirmou. O PSD também ainda tem por decidir os candidatos a Loures, Odivelas e Oeiras, municípios sobre os quais está a fazer “estudos” e terá respostas até ao início de Abril, disse, por seu lado, o presidente da distrital. Sobre um eventual apoio a Paulo Vistas em Oeiras disse que o partido não tem “nenhum dogma, nenhum preconceito. Estão abertas todas as possibilidades”, afirmou Miguel Pinto Luz.
Este dirigente realçou que a votação de Teresa Leal Coelho foi “mais do que expressiva” e recusou a ideia de que é um anúncio tardio ou se trata de um nome de “último recurso”. “O nome de Teresa Leal Coelho é o oficial do PSD, é o único nome; todos os outros foram uma feira na comunicação social”, vincou Miguel Pinto Luz, insistindo ser uma candidata “ganhadora num projecto ganhador e alternativo” ao de Fernando Medina.
O dirigente também defendeu acerrimamente a vereadora no caso das suas faltas a dois terços das reuniões da câmara desde 2013, alegando que não faltou mas foi “substituída” devido ao seu trabalho no Parlamento.
Esse tom de união já tinha sido dado na sexta-feira, durante o plenário da concelhia, em que o presidente, Mauro Xavier, foi muito criticado pela forma como conduziu o processo de escolha do nome do candidato, mas em que foi aprovada uma moção de “apoio incondicional” a Teresa Leal Coelho. A moção, apresentada pelo vice-presidente Rodrigo Gonçalves, apela também ao cumprimento dos estatutos que prevêem que o plenário seja ouvido quanto às listas autárquicas. Mas também este dirigente escusou-se ontem a prolongar mais o conflito com a direcção nacional do PSD: “Agora não é tempo de exigir responsabilidades. Só no dia seguinte ao das eleições.”
Mauro Xavier desvaloriza as críticas, lembra que muitas delas vieram de opositores que concorreram em listas adversárias e que já não se pode recandidatar ao cargo nas próximas eleições na estrutura local. A candidatura de Teresa Leal Coelho será ainda homologada pela comissão política nacional do PSD marcada para amanhã.